APRESENTAÇÃO
Este roteiro de estudo foi organizado para uso exclusivo dos alunos matriculados no 6º.semestre na disciplina "Atividade Física Adaptada" do curso de graduação da Faculdade de Educação Física.
Tem a finalidade de apresentar sugestões teóricas e práticas como um fio condutor para a referida disciplina no transcorrer do ano letivo. Deve funcionar como uma referência de estudo para todo o conteúdo programático a ser solicitado nas avaliações teóricas oficiais do curso.
A expectativa é a de facilitar a apresentação e a discussão de propostas relacionadas às atividades motoras, físicas, esportivas e recreativas voltadas para os segmentos da população ora chamados de pessoas com deficiência.
A leitura unicamente desse roteiro, com certeza, deixará muito a desejar no aproveitamento da disciplina, tendo em vista a sua descontextualização fora da sala de aula (aula teórica e prática). Da mesma forma, não será a única base teórica para a formação do futuro profissional. Além da referência bibliográfica básica e complementar oferecida no “Plano do Curso”, o aluno encontrará no final desse roteiro outras referencias, que será parte das nossas discussões, e possibilitarão aos interessados uma adequada e aprofundada fonte de consulta.
Bom curso,
DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO
“Teorias têm sido propostas sobre os primórdios do homem pré-histórico, sua evolução e seu modo de vida. Historiadores têm explorado a África, o Extremo Oriente e o Extremo Ocidente. Arqueólogos têm escavado, descoberto, interpretados e feito suposições. Os desenhos das cavernas , os fósseis e outros materiais têm comprovado inúmeras teorias no que se refere a nossos ancestrais. Com esses achados, evidenciamos várias formas de tratamento para deficientes físicos e para o alívio da dor.
Culturas Antigas
É difícil estabelecer quando foi iniciado o exercício terapêutico; no entanto, a maioria dos historiadores e arqueólogos concordam que os chineses, em aproximadamente 2.500 a.C., foram os primeiros grupos a alcançar o estado civilizado.
Os chineses praticaram uma série de exercícios leves chamados Cong Fu. Esses exercícios tinham certa semelhança com o sistema sueco Ling. Os chineses acreditavam que a doença surgia com a inatividade do corpo. Para prolongar a vida humana, formas leves de ginástica médica surgiram. Esses exercícios eram uma combinação de estiramento e respiração para manter a função orgânica. A ginástica médica geralmente era feita na posição sentada ou de joelhos (1).
O Cong Fu atingiu sua maior popularidade durante a dinastia Chou (1115 a. C.), quando era praticado em todas as escolas nacionais.
Os antigos hindus da Índia propuseram várias regras para a proteção da saúde, muitas das quais foram usadas durante o tempo das Cruzadas. Atualmente, a influência mais conhecida dos hindus é a Ioga, um sistema de exercícios físicos e mentais feitos para que o corpo e a mente estejam sob controle.
A Influência Grega
O primeiro grego a escrever sobre assunto de ginástica médica foi Heródico, ao redor de 480 a. C. Sendo um professor, ele desenvolveu um sistema de exercícios baseado na geometria, para corrigir as várias fraquezas dos corpos de seus estudantes. No entanto, muitos estudantes de Heródico achavam os exercícios muito extenuantes e pesados.
Um dos alunos de Heródico foi o “pai da medicina”, Hipócrates, que se acredita ter escrito muitos livros sobre exercícios. Em um deles, On Articulations, Hipócrates, revelou um conhecimento muito grande dos músculos e de seus movimentos:
O desgaste das partes moles (músculos) é maior naqueles casos onde o paciente mantém o membro elevado e não exercita. Aqueles que praticam a marcha tem menos atrofia (2).
Hipócrates também escreveu que a marcha rápida reduz a obesidade, que se deve fazer exercício com precauções após um longo repouso, e que os exercícios devem ser feitos de maneira que o indivíduo está acostumado, para que possa permanecer sadio e forte.
Aristóteles e Platão levaram adiante a tese da relação entre o exercício e a saúde.
A Era Romana
Lentamente, a civilização grega sucumbiu e foi sucedida pelos poderes dos macedônios e posteriormente pelos romanos, que adaptaram a cultura e o conhecimento gregos para seu uso próprio.
Galeno, um grego, nascido em mais ou menos 130 a. C., passou a maior parte de sua vida no Império Romano. Grande filósofo e estudante de medicina serviu como médico aos atletas romanos e ao imperador Marcus Aurelius. Galeno escreveu centenas de livros sobre vários assuntos. Em seu livro A Higiêne ele classificou os exercícios de acordo com o seu vigor, duração, freqüência, uso de aparelhos e da região do corpo envolvida. Galeno dividiu seus exercícios em três grupos específicos: o grupo 1 eram exercícios para dar tônus muscular; o grupo 2, exercícios para desenvolver agilidade e o grupo 3, exercícios violentos.
Na Era Romana, após Galeno, um dos homens mais famosos foi Caelius Aurelianus, que defendia o uso de terapia com polias e pesos. No seu livro, Doenças Crônicas, ele discutiu vários exercícios realizados com polias e halteres para obter força e tônus muscular. Ele também sugeriu exercícios de preensão com cera para ganhar força nos dedos e mãos de pacientes artríticos.
Outros romanos também usam exercícios associados a uma dieta calculada, por razões de saúde, mas lentamente a maioria dos romanos tornou-se muito sedentária. Eles diminuíram a sua atividade física e dependiam única e exclusivamente de banhos e massagens para manterem-se em forma.
A Idade Média
Como o Império Grego. O Império Romano também sucumbiu. Os bárbaros do Norte conquistaram e destruíram a civilização Romana. Através da Europa, o forte ofereceu proteção ao fraco, atrás das paredes de sua fortaleza, em troca de trabalho e obediência.
A Igreja Cristã permaneceu intacta e ofereceu alguma liderança, mas ela pregava a renúncia de coisas materiais, preocupando-se apenas com a alma e não com o corpo. Assim, o desejo de preservação do corpo foi perdido e acreditava-se que “a mortificação da carne” trazia a santidade. Praticas como a flagelação era exatamente o oposto das tentativas iniciais de promover a boa saúde. Do século VI ao século XI os jogos e esportes eram considerados frívolos e indesejáveis. Desde que se acreditava que o homem foi colocado na terra para sofrer, a medicina foi praticada muito pouco durante esse período.
No inicio do século XIV, a Renascença renovou o interesse pela cultura Greco-romana, inclusive seus esportes e sua medicina. Por volta de 1423, Vittorino da Feltre iniciou uma escola para jovens do sexo masculino em Mantua. Ele dividiu seus ensinamentos entre Educação Física e Educação Mental. Apesar de a escola não ter durado muito, ela influenciou consideravelmente o retorno da atividade física.
Hierônimos Merculiares escreveu De Arte Gymnastica em 1569. Esse foi o primeiro livro moderno sobre exercício terapêutico. Merculiares estabeleceu os seguintes princípios para a ginástica médica:
- Cada exercício deve preservar o estado atual da saúde;
- O exercício não deve perturbar a harmonia entre os humores principais;
- Os exercícios devem ser feitos para todos os segmentos corporais;
- Toda pessoa saudável deve fazer exercícios regularmente;
- As pessoas doentes não devem fazer exercícios que possam exacerbar a condição existente;
- Exercícios especiais devem ser prescritos para pacientes convalescentes, em bases individuais;
- Pessoas que tenham a vida sedentária necessitam exercitar-se urgentemente.
Nos dois séculos seguintes o uso de várias formas de exercício e tratamentos aumentou constantemente. No século XVII Friedrich Hauffmann teve a maior influencia sobre a terapia cinética ocupacional. Ele sentiu que movimentos ocupacionais, como cortar e costurar, como as atividades diárias gerais, poderiam ser exercícios para se obter força e boa saúde.
Após Hauffmann. Nicholas André propôs exercícios para corrigir deformidades posturais em seu livro 1. Orthopedic. No entanto, foi Joseph Clement Tissot, em 1780, que enfatizou que o conhecimento da anatomia era essencial na prescrição dos exercícios. Tissot concluiu o trabalho de Friedrich Hauffmann sobre os exercícios ocupacionais e a ele foi creditado o estabelecimento dos princípios da Terapia Ocupacional. Tissot também começou a usar esportes adaptados e terapia recreativa. Ele se opôs a estada prolongada no leito, dizendo que causava ulceras de decúbito e formação de calculo renal, contudo, suas recomendações para o tratamento e movimento precoce em pacientes que sofreram acidentes vasculares foram ignorados. Ele também defendia a massagem e o movimento passivo para paciente artrítico, tão logo fosse possível.
Per Henrik Ling, um sueco, teve uma grande influência no movimento de ginástica no século XIX. Os seus programas de exercícios eram largamente usados através da Europa e dos Estados Unidos. Ling classificou os exercícios em 4 categorias: 1) pedagógicos; 2) estéticos; 3) militares e 4) médicos. A ginástica médica para o deficiente físico vinha com três subtítulos: 1) exercícios ativos; 2) exercícios passivos que alguém fazia para o paciente, sem assistência ou resistência dele; e 3) exercícios contra-resistido, onde o paciente resistia aos esforços feitos por uma outra pessoa.
Nos Estados Unidos
Em 1874, Sir Weir Mitchell propôs “um tratamento de repouso”, o qual ele logo modificou, incluindo os exercícios graduais e a massagem. Mitchell fez muito para popularizar a fisioterapia em ambos os lados do Atlântico, numa era onde a Educação Física estava começando a assumir uma nova importância nas escolas e universidades dos Estados Unidos
(2).
No fim do século XIX e começo do século XX, Dudley Sargent, um médico americano, muito contribuiu na criação de aparelhos feitos para desenvolver a força em determinados grupos musculares.
O Presente
A primeira Guerra Mundial foi um fator essencial no uso de exercícios terapêuticos e atividades recreativas que auxiliavam na restauração da função.
Em 1920, o Dr. Rudolf Klapp criou uma série de exercícios de engatinhar para crianças com escoliose. Fases dessa técnica era usada até que os coletes começaram a ser usados no tratamento da escoliose.
Após a segunda Guerra Mundial, aumentou o uso de exercícios terapêuticos em hospitais para a força e função muscular. Centros de convalescença e reabilitação foram criados.
Jogos e esportes adaptados para amputados, paraplégicos e outros com deficiências maiores tornaram-se populares. Uma das maiores contribuições aos exercícios terapêuticos, que surgiram após a segunda Guerra Mundial, foi o exercício resistido progressivo, uma técnica iniciada por Thomas DeLorme em 1944. Enquanto esteve no hospital militar, o Dr. DeLorme descobriu que aumentando a resistência a ser dada ao músculo, mas rapidamente ele recuperava a sua força.
Nos últimos anos, os exercícios isométricos foram acrescentados ao campo dos exercícios terapêuticos. Uma contração isométrica acontece quando o corpo mostra pouco ou nenhum movimento. Este tipo de exercício pode ser usado, fazendo com que o paciente mova uma articulação dentro de uma determinada amplitude de movimento, até que um ponto pré-determinado seja atingido. Assim que o paciente atinge esse ponto, ele é orientado para manter a contração e continuar a empurrar, mesmo que não haja movimento. Em muitos artigos, livros e pesquisas, as discussões sobre os valores relativos dos exercícios isométricos e dos programas de exercícios de resistência progressiva são constantes, mas ainda não se determinou qual sistema é mais eficaz.
“No futuro, acontecerão muitas outras inovações no campo do exercício terapêutico, mas não importa o que o futuro nos reserva: não há dúvidas de que os exercícios terapêuticos, de uma forma ou de outra estão aqui para ficar”.
(Extraido de “Jogos, Esportes e Exercícios PARA O DEFICIENTE FÍSICO” de ADAMS.
R.C. DANIEL. A.N.M.C. CUBBIN.J.A.RULLMAN.L – Editora Manolle LTDA: São Paulo, 1985.)
EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA: CONCEITUAÇÃO E TEMINOLOGIA
Verena Junghaknel Pedrinelli
Os termos e definições utilizados para caracterizar a participação em atividades físicas de pessoas com deficiências são muito variadas. Historicamente, a participação de pessoas com deficiência tinha um enfoque médico. Os programas eram denominados de ginástica médica e tinha a finalidade de remediar doenças, utilizando para tanto exercícios preventivos e corretivos. Estes programas, originados em 2700 a.C. na China, se difundiram e sofreram influência de diversas culturas (SEAMAN & DEPAUW, 1982), originando propostas que são encontradas na literatura sob a denominação de educação física corretiva, preventiva, ortopédica, reabilitativa, terapêutica, entre outros (CORREIA, NABEIRO, CAMA & PEDRINELLI, 1990).
O termo Educação Física Adaptada surgiu na década de 50 e foi definido pela AAHPERD (American Association for Health, Physical Education Recreation and Dance”), como sendo um programa diversificado de atividades desenvolvimentistas, jogos e ritmos adequados aos interesses, capacidades e limitações de estudantes com deficiências que não podem se engajar na participação irrestrita, segura e bem sucedida em atividades vigorosas de um programa de Educação Física geral.
Em 1982 as autoras SEAMAN e DePAUW, apresentam a seguinte definição:
“Educação Física Adaptada é a Educação Física para pessoas portadoras de necessidades especiais. São consideradas atividades apropriadas e possíveis as atividades desenvolvimentistas, jogos, esportes e atividades rítmicas. Toda programação deve ser adequada aos interesses, capacidades e limitações dos estudantes”
Essa definição engloba uma importante modificação em relação a definição da AAHPERD, que são os termos “pessoas portadoras de necessidades especiais”. Implícito está que o enfoque dado deve recair sobre as potencialidades do estudante em contraposição as suas limitações.
A denominação Educação Física Especial é também bastante difundida em nosso meio. Nos textos de ROSADAS (1984) e KREBS (1983) podem ser encontradas as definições respectivamente de Educação Física Especial e Educação Física Adaptada. Basicamente as diferenças recaem sobre a composição dos grupos (só pessoas com deficiência ou grupos incluindo pessoas sem deficiências), e sobre o planejamento de atividades (elaboradas em função da possibilidade de participação do aluno em grupos específicos ou não).
Segundo SEAMAN e DePAUW (1982) os termos Educação Física Especial e Educação Física Adaptada são consideradas de uso comum, e dada tendência de participação mais integrada das pessoas com deficiências, a denominação Educação Física Adaptada é a mais empregada quando se aborda o tema educação Física para pessoas com deficiências. A evolução conceitual em geral caracteriza-se pela passagem de um modelo médico, preocupado com o alivio de distúrbios físicos e doenças, para um modelo educacional, que procura enfatizar o desenvolvimento do potencial do participante visando o aprimoramento do domínio motor, por meio da aprendizagem de habilidades e o desenvolvimento de capacidades físicas e motoras.
A população caracterizada como portadora de necessidades especiais não é necessariamente portadora de uma deficiência, mas sim de determinadas condições que a diferencia da pessoa nãom portadora de necessidades especiais. Em nosso meio os termos “excepcional” e “deficiente” são muito utilizados, no entanto torna-se necessária uma reflexão sobre o uso adequado dos mesmos. Na declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes aprovada pela
Assembléia Geral da ONU, em 9 de dezembro de 1975, publicada no Correio da UNESCO em 1981, está especificado, em seu artigo !, que:
“ O termo ´pessoas deficientes´ refere-se a qualquer pessoa incapaz de assegurar por si mesma, total ou parcialmente as necessidades de uma vida individual ou social normal, em decorrência de uma deficiência congênita ou não em suas capacidades físicas ou mentais”.
Segundo RIBAS (1983), o termo “deficiente!” tem um significado muito forte. Ser diferente antes de tudo é não ser capaz, não ser eficaz. O deficiente é considerado o não-eficiente adquire, pois uma conotação negativa.
A partir da década de 80, movimentos nacionais das pessoas deficientes tem proposto a utilização dos termos “pessoas portadoras de deficiência”. Pessoas é sinônimo de ser humano, portanto passível de desenvolvimento. Portador significa que traz consigo ou em si. Portanto, ser uma pessoa portadora de deficiência é ser uma pessoa que embora traga consigo uma imperfeição, por causa congênita, ou não, apresenta capacidades e necessidades, e como qualquer outra pessoa é passível de desenvolvimento (PELLEGRINI & JUNGHANEL, 1985). Ser uma pessoa portadora de deficiência, ou melhor, uma pessoa de necessidades especiais, é ser, sobretudo uma pessoa eficiente especial, ou conforme GASPARI (1991), ser diversamente capacitado.
CLASSIFICAÇÂO DAS DEFICIENCIAS
A população portadora de deficiência é constituída de pessoas que devido a defeitos, problemas ou anomalias físicas, sensoriais, organicas ou mentais, sejam congênitas ou adquiridas, apresentam algum tipo de restrição ou impedimento na execução de uma atividade considerada como normal para o ser humano (Comissão de Apoio ao Desenvolvimento do Ano Internacional das Pessoas Deficientes, 1981).
Com base no Relatório Internacional à junta Executiva da UNICEF, citado por ROSADAS (1984) e na classificação apresentada por SEAMAN e DePAUW (1982) são consideradas as seguintes categorias para efeito de estudo:
a) Deficiência Intelectual (leve, moderada, severa e profunda);
b) Deficiência Auditiva (parcial ou total)
c) Deficiência visual (parcial ou total);
d) Deficiência Física (ortopédica ou neurológica)
e) Distúrbios de Saúde (por ex: diabetes, hemofilias, asma brônquica...)
f) Deficiência da fala ou linguagem (dificuldades na comunicação);
g) Problemas de conduta desajustada ou psicótica (doença mental)
h) Distúrbios de Aprendizagem; e
i) Deficiência Múltipla (Combinação de algumas das categorias acima citadas).
j) Surdocegueira
Referencias:
Comissão Estadual de Apoio ao Desenvolvimento do Ano Internacional das Pessoas Deficientes (1981) Relatório da Comissão Estadual de Apoio e Estímulo ao Desenvolvimento do Ano Internacional das Pessoas Deficientes, São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de S/A.
Correia, M.M., Nabeiro, M.,Gama, R.I.R.B. & Pedrinelli, V.J.(1990) Da ginástica médica a educação física adaptada: evolução conceitual . Anais do III Simpósio Paulista de Educação Física Adaptada. São Paulo: USP.
Gaspari, E. (1991). A palavra e o pecado. Revista Veja, 08 de maio, 38-39.
Krebs. R.J (1983) A Educação Física que eles merecem, Premio Lisellot Diem de Literatura Desportiva. 1981. RJ: MEC. Fundação de Assistência ao Estudante.
Organização das Nações Unidas – ONU(1975) Declaração dos Direitos da Pessoa Deficiente: O correio da UNESCO. 9 (3), 1981.
Pellegrini. A.M.& Junghanhnel.V.P (1985). A Educação Física no ensino de primeiro grau e a pessoa portadora de deficiência. Texto não publicado.
Ribas. J.B.C.. (1983) O que são pessoas deficientes. São Paulo: Editora Brasiliense. Rosadas.S.C.(1984). Educação Física Especial. Rio de Janeiro: O livro Médico Ltda. Seaman.J& DePaww.K.P.(1982). The new adapted physical education – a developmental aproach. Palo Alto. CA:Mayefield.
CARACTERIZAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
DEFICIÊNCIA VISUAL
Os seres humanos como organismos complexos podem ser agrupados, e reagrupados de acordo com várias dimensões. A ampla classificação de imperfeição visual pode da mesma forma, ser subdividida em várias dimensões para atender variados objetivos.
Os deficientes visuais são, geralmente, classificados em dois grupos: pessoa com cegueira e pessoas com visão subnormal. Esses grupos podem ser caracterizados sob o ponto médico ou educacional.
A pessoas com deficiência visual pode ser classificada sobre as seguintes bases:
· A medida física da acuidade visual e a diminuição do campo visual;
· O uso que é feito da visão para a aprendizagem.
Cada classificação abrange um propósito especifico e ambas são usadas em diferentes situações:
As recomendações da Organização Mundial de Saúde – OMS tem sido utilizada no Brasil, para a definição e classificação da deficiência visual para fins de elegibilidade ao ensino especial e reabilitação.
Do ponto de vista médico, de acordo com a definição oftalmológica recomendada pela OMS, em 1992 na cidade de Bangkoc, Tailândia, usando como parâmetro apenas os dados da avaliação clinica quantitativa da acuidade visual, determinou-se a seguinte classificação:
“Pessoas com Cegueira – acuidade visual menor que 0,05 (3/60 ou 20/400) mo melhor olho, com correção óptica”.
“Pessoas com Visão Subnormal – é aquele que:”
· Possui um comprometimento de seu funcionamento visual, mesmo após tratamento e/ou correção refracional com lentes comuns.
· Possui uma acuidade visual entre 6/18 (0,3) e P.L. (Projeção de Luz) ou campo visual inferior a 10º a partir do ponto de fixação.
· Utiliza ou está potencialmente capacitado a empregar sua visão remanescente para o planejamento e execução de tarefas determinadas.”
“Outros comprometimentos do funcionamento visual, tais como, baixa sensibilidade aos contrastes ou falta de adaptação ao escuro devem ser incluídos, pois são igualmente incapacitantes”. (OMS, 1992).
As definições médicas por muitos anos influenciaram a organização e a prática educacional. Gradualmente, entretanto, as pessoas tem se tornado menos suscetíveis a essa classificação e tem procurado classificações mais relevantes para objetivos instrucionais.
Novas práticas, então, tem resultado numa revisão na terminologia. A definição corrente para objetivos educacionais é:
Pessoas com Cegueira – pessoa com ausência total de visão, até a perda da projeção de luz.
Pessoas com Visão Subnormal (baixa Visão) – pessoa que apresenta, desde a condição de indicar a projeção de luz, até o grau em que a redução da acuidade visual interfere ou limita seu desempenho, exigindo atendimento educacional especializado.
As definições, do ponto de vista educacional, têm por finalidade aproveitar o potencial máximo do uso da visão residual para o desenvolvimento e aprendizagem.
Causas de cegueira ou imperfeições no funcionamento visual
Muitas condições podem provocar imperfeições nos globos oculares ou em outros pontos do sistema visual. O comprometimento no funcionamento visual dependerá de fatores como a severidade da imperfeição e a idade da pessoa quando a imperfeição acontece. As imperfeições podem ocorrer durante o período pré-natal ou pós natal. De acordo com a origem e a fase de ocorrência as causas podem ser classificadas em:
Pré-Natal:
1. Hereditárias – São aquelas anomalias decorrentes de herança genética. Podem manifesta-se de varias formas:
· Durante o desenvolvimento do feto, presente no nascimento como por exemplo a anoftalmia, coloboma de íris, cataratas, glaucoma, etc...
· Do decorrer da vida, como por exemplo, a retinose pigmentar e alguns tipos de catarata.
· No decorrer da vida por existir uma predisposição hereditária que determina um estado anatômico especial, que combinado com outras causas origina a imperfeição ou doença, como por exemplo, a miopia (devido a vulnerabilidade da esclera), o glaucoma (devido a vulnerabilidade da esclera), o glaucoma (devido ao aumento do líquido nas estruturas interiores do olho).
Obs: Algumas condições hereditárias podem não estar manifestadas no nascimento e aparecem somente meses ou anos mais tarde.
2. Ambientais – Mal formações congênitas tais como: microftalmia e glaucoma congênito, adquiridos durante a gestação, podendo ser causados por:
· Agentes tóxicos, como por exemplo, o alcoolismo ou medicamentos ingeridos pela gestante.
· Agentes mecânicos, como por exemplo, traumas sofridos pelo feto.
· Agentes infecciosos, como por exemplo, a sífilis congênita, toxoplasmose congênita, tuberculose, rubéola, sarampo e outros.
Pós-Natal
Condições adquiridas após o nascimento onde são doenças, infecções, traumatismos,
subnutrição, etc...
DOENÇAS E CONDIÇÕES MAIS COMUNS QUE PODEM LEVAR À OCORRÊNCIA DA
DEFICIÊNCIA VISUAL
Catarata - é uma opacificação do cristalino e conforme a densidade dessa opacificação haverá maior ou menor incapacidade no funcionamento visual. Essa incapacidade varia desde a cegueira total até a visão subnormal, ou a redução acentuada da acuidade visual. A catarata pode estar presente ao nascimento devido a infecção no período fetal pela rubéola,
toxoplasmose, sífilis congênita, etc..., ou por herança genética. Ocorre também após o
nascimento, devido a traumas, ferimentos uso de medicamentos, subnutrição, doenças, etc...
Luxação ou Subluxação do Cristalino – é o deslocamento parcial ou total da posição normal do cristalino, impedindo os mecanismos de refração. Isso pode ocorrer por causas hereditárias e traumáticas.
Glaucoma Congênito ou Buftalmia – é provocado pelo desenvolvimento insuficiente dos tecidos oculares na fase embrionária, que agem na filtração do humor aquoso, provocando um aumento da pressão intraocular. O glaucoma congênito pode estar presente no nascimento ou desenvolver-se nos primeiros anos de vida. É o tipo obstrutivo e caracteriza-se pelo aumento exagerado do globo ocular (buftalmo), córnea borracha, dor, lacrimejamento e fotofobia.
Conjuntivite - é uma infecção muito comum nos olhos, que provoca inflamação da membrana que reveste o globo ocular e a pálbebra. Pode ter caráter crônico ou agudo. A maioria das conjuntivites são causadas por bactérias ou vírus. Os primeiros sintomas são: coceira, irritação e secreção conjuntival. Em geral tem prognóstico benigno, mas se não for tratada convenientemente, a progressão da infecção pode lesar a córnea e reduzira visão em graus variados até a cegueira.
Tracoma – é uma infecção que ocasiona um tipo de conjuntivite com granulações. A progressão da doença produz inflamação da visão até a cegueira. O tracoma desenvolve-se com muita facilidade em condições precárias de higiene e ou seu contágio é imediato pela secreção dos olhos, passando rapidamente de um olho para outro, ou para outras pessoas através dos dedos, lenços, toalhas, etc...
Corionrretimite por Toxoplasmose Congênita – a toxoplasmose é uma infecção transmitida por um parasita que se aloja em alguns animais, principalmente o gato. O homem habitualmente se contamina quando em contato com esses animais, através da ingestão de ovos existentes nas fezes. Uma outra fonte de ingestão é a carne contendo cistos do parasita quando ingerida crua ou mal cozida. As pulgas e as baratas também podem ser agentes transmissores.
Albinismo – diminuição de ausência de pigmentação na íris. A criança possui pele, cabelos, cílios e sobrancelhas muito claros. O aluno apresenta fotofobia variável, (forte reação a luz) – pisca ou fecha os olhos, ocorre nistagmo diminuição da acuidade visual e anomalias de refração (astigmatismo e miopia).
Toxoplasmose congênita é transmitida pela mãe ao feto, durante o período de gestação. As consequências da infecção são bastante graves no desenvolvimento geral por lesões cicatrizes em um ou mais pontos da retina, chegando a reduzir gravemente a capacidade visual.
Retinoplatia da Prematuridade (Fibroplasia Retrolental) – ocorre em crianças prematuras de baixo peso, com insuficiência respiratória que, ao serem colocadas em incubadoras, necessitam da administração de oxigênio. Quando a qualidade e pressão de oxigênio admistrado é excessiva, pode ocorrer anormalidades nos vasos sanguíneos da retina, provocando uma dilatação e proliferação fibrovascular no vítreo que leva ao deslocamento da retina. As consequências podem ser bastante graves, levando à cegueira total.
PROCEDIMENTOS BÁSICOS DE AJUDA E ENCAMINHAMENTOS
Qualquer problema relacionado com os olhos exige providencias imediatas, para que cuidados e tratamentos corretos sejam proporcionados, com o objetivo de evitar consequências graves que podem levar à cegueira. Dependendo da gravidade e dos recursos locais, devem ser procurados serviços de saúde, hospitais, oftalmologistas ou até mesmo autoridades escolares.
Quando a condição da criança ou do jovem é definida pelo oftalmologista, os pais deverão ser orientados quanto às possibilidades e necessidades da criança, sendo encaminhados a recursos especializados, quando existentes: programas de intervenção precoce, escolas especiais para deficientes visuais, classes especiais em escolas públicas. Mesmo na ausência dessas condições, pode-se, ainda, permitir que a criança frequente as escolas da comunidade, desde que o professor tenha disponibilidade e receba orientação quanto as atividades adequadas à criança com deficiência visual.
Nos casos de adultos e idosos que venham a adquirir a deficiência visual através de doenças ou por acidentes, a conduta adequada é o encaminhamento aos serviços de reabilitação.
CARACTERIZAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL
A pessoa que nasce com a deficiência visual conhecerá o mundo de uma forma diferente de quem enxerga. Se a perda for total, ou seja, a pessoa nasceu cega, toda a interação com o ambiente, com os objetos e com as outras pessoas se dará através dos sentidos remanescentes. Se a pessoa tem visão subnormal, ela poderá utilizar também a sua visão residual associada e integrada com o tato, cinestesia, audição, olfato e paladar. Quando mais cedo for feita a adequada intervenção estimulando todos os canais sensoriais disponíveis, melhores serão as chances de se eliminar ou minimizar as defasagens no desenvolvimento global do individuo.
Para a pessoa que fica cega ou com a visão subnormal após ter conhecido e interagido com o mundo utilizando o mais importante canal sensorial na captação de informações, a visão, é possível resgatar os conceitos básicos quanto a natureza dos objetos, dos ambientes e dos seres vivos através da memória visual. É de suma importância considerar, entretanto, que houve uma imensa perda sensorial associada à outras tantas perdas que podem envolver aspectos sociais , psicológicos, econômicos, físicos, motores e intelectuais.
Ao nos relacionar com pessoas com deficiência visual, devemos estar conscientes que são pessoas cuja diferença é não enxergar ou enxergar parcialmente. São pessoas que, como nós, têm historias de vida a ser respeitada, sentimentos, ambições e sonhos. Tem capacidades e limitações e podem ser bons ou maus seres humanos, com todos nós.
Ainda que a nossa expectativa seja de proporcionar um desenvolvimento global pelo para a pessoa com deficiência visual, congênita ou adquirida, algumas defasagens poderão ser observadas nos domínios social e psicológico, cognitivo e psicomotor. Cabe registrar que boa parte dessas defasagens ocorre não pela condição orgânica e sensorial, ou seja, não enxergar, mas pela limitação nas experiências praticas de vida.
Experiências Limitadas – Defasagens Sócios-Afetivas
· Auto-confinaça
· Auto-estima
· Subestimado / superestimado
· Insegurança / desconfiança
· Ansiedade / tensão
· Apatia
· Dependência
· Medo frente ao desconhecido
· Dificuldade na integração com o meio e com a pessoas
· Isolamento / desinteresse
· Preconceito
Experiências Limitadas – Defasagens Cognitivas
· A limitação total ou parcial na captação de informações através do principal sentido de comunicação com o meio (visão)
· A limitação na interpretação das informações através dos outros sentidos.
· A falta de relação entre o objeto percebido visualmente e a tradução verbal
· A impossibilidade de se aprender pela imitação
· A falta de experiências praticas e contextualizadas...
... podem causar defasagens quanto aos aspectos cognitivos tendo como característica principal as restrições na formação e utilização de conceitos.
· Vale ressaltar que essa possível defasagem no domínio cognitivo decorre de toda uma conjuntura e não de uma estrutural no desenvolvimento de uma pessoa com deficiência visual.
Experiência Limitada – Defasagens Psicomotoras
· Imagem corporal
· Esquema corporal
· Esquema cinestésico
· Equilíbrio Estático / Dinâmico / Recuperado
· Postura
· Marcha
· Expressão corporal
· Expressão Facial e Comunicação Não- Vaerbal
· Coordenação Motora
· Lateral e Dominância
· Direcionalidade
· Maneirismos
· Resistências Física Geral e Localizada
· Dificuldade no Controle do Tônus muscaular (Hipertônico / Hipotônico)
· Tempo de Reação
· Flexibilidade Articular
· Orientação Espaço-Temporal
· Mobilidade geral e Locomoção
EDUCAÇÃO FÍSICA E DEFICIÊNCIA VISUAL
Os objetivos gerais e específicos da educação física, das atividades motoras, dos esportes e da recreação devem ser mantidos. Sugere-se atenção para algumas implicações pedagógicas na relação do professor com o aluno deficiente visual e algumas estratégias básicas, a saber:
1. Lembre-se: situações novas geram ansiedade e tensão. Para o aluno com deficiência visual, todo novo contato com pessoas, ambiente, equipamentos e materiais é sempre um novo passo no desconhecido.
2. Prepare as outras pessoas para oferecer um adequado acolhimento para o novo aluno:
3. Descreva verbalmente o ambiente, os objetos e equipamentos a serem utilizados nas aulas, entretanto, de chance para que o aluno possa concretizar esse conhecimento através da familiarização e exploração;
4. Ensine o Método de Familiarização: Perímetro e Cruzamentos. Deve ser dado o tempo suficiente para que o aluno faça uma famialirização adequada;
5. Oriente o aluno a utilizar os seguimentos corporais como Técnicas de Autoproteção: Proteção inferior/Proteção superior/Rastreamento com a mão/ Enquadramentos /Modelos de Busca e Exploração;
6. Utilização de pistas e pontos de referencia presentes no ambiente: sons, odores, texturas, temperaturas, inclinações no piso, posição do Sol, correntes de ar, contrastes e iluminação para os alunos com baixa visão, etc;
7. Identificação dos alunos pelo nome;
8. Ordem Unida – formação em roda;
9. Voz de Comando – Clara/ Precisa/ Tranquila;
10. Quando necessário, utilizar da manipulação para o aprendizado através da percepção cinestésica;
11. Controle do ambiente – evitar o excesso de estímulo;
12. Alertar o aluno sobre situações que possam apresentar riscos, causar constrangimentos e contratempos;
13. Dar pistas sobre a sua aproximação e do seu afastamento para o (s) alunos(s) com deficiência visual;
14. Quando necessário, conduza o aluno oferecendo o seu braço para que ele possa segurar (geralmente) o melhor ponto para o agarre é o cotovelo, entretanto, dependendo da diferença de estatura entre o guia e a pessoa com deficiência visual, esse agarre pode ser feito no ombro ou no pulso do guia) – Técnica do Guia Vidente;;
15. Alunos com baixa visão devem ser estimulados a utilizar a sua visão residual para a realização de todas as atividades em uso associado e integrado com os outros sentidos;
16. Cuidado com a superproteção, fazendo ou permitindo que outras pessoas façam pelo aluno com deficiência visual as atividades que poderia estar fazendo por si mesmo;
17. Apesar de se poder identificar para as atividades a partir das possibilidades e não das limitações pré-concebidas;
18. Uma forma de se buscar a abstração do aluno é o uso de modelos esquemáticos para o conhecimento de ambientes e possíveis transferências e generalizações (por ex.; maquetes, plantas baixas e mapas em relevo e textura diferenciada;
19. No inicio, pode-se utilizar da contagem de passos, palmos, dedos, comparações, etc, para o processo de medição. Todavia, gradativamente, o aluno deve ser estimulado a usar da sua memória cinestésica e de pistas e pontos de referencia;
20. Nos casos dos alunos com baixa visão é imprescindível que o professor conheça e controle as condições de segurança para a prática de atividades físicas, motoras e esportivas;
21. Com alunos que apresentam uma ou mais deficientes associadas à deficiência visual, o professor também deve ter um controle adequado e seguro para a realização das atividades;
22. Professor deve buscar o máximo de informações possíveis sobre o histórico do (s) aluno (s) com deficiência visual através de uma avaliação global do desenvolvimento; médico, social, psicológico, educacional e motor;
23. Professor de educação física deve buscar a integração dos conteúdos com outras disciplinas escolares, a fim de que o aprendizado tenha significado e seja contextualizado.
Observações:
· Vale ressaltar que algumas dessas implicações e estratégias são comuns à outros tipos de necessidades especiais, bem como para alunos que não apresentam nenhuma deficiência.
· Na dúvida, lembre-se – Perguntar adequadamente não ofende, ajuda a esclarecer, evita constrangimentos e pode ser um caminho para quebrar preconceitos. A melhor pessoa para lhe informar é o próprio individuo com deficiência
DEFICIÊNCIA AUDITIVA
É através da orelha que as pessoas percebem os sons do ambiente. É importante saber que a orelha é um órgão do corpo humano que possui três partes, e que cada uma tem sua função.
Orelha Externa
É a parte mais conhecida porque é a única parcialmente visível. A orelha externa é formada pelo:
Pavilhão auricular - a parte visível.
Conduto Auditivo Externo – que é o canal por onde entra o som. Nesse canal existem glândulas que produzem cera, que serve para proteger o ouvido.
Membrana Timpânica – também conhecida como tímpano. Ela é uma membrana elástica que serve para captar as vibrações das ondas sonoras. Como está no final do conduto auditivo externo, ela isola a orelha média protegendo-a do meio ambiente. Ela só pode ser vista usando-se um instrumento especial chamado otoscópio.
Orelha Média
É composta por três ossos minúsculos que por seu formato receberam o nome de Martelo, Bigorna e Estribo. Eles estão em contato com a membrana timpânica de um lado, e de outro com a entrada para a orelha interna. Dessa forma eles servem como uma “ponte” para transmitir as vibrações sonoras que entram pela orelha externa, e que precisam chegar à orelha interna.
Orelha Interna
A parte da orelha interna parecida com um caracol é chamada de cóclea ela é responsável pela sensação auditiva. As vibrações sonoras que chegam pela orelha média são transformadas na orelha interna dentro da cóclea em impulsos elétrico que vão através do nervo auditivo chegar ao cérebro onde os sons podem ser entendidos pela pessoa.
Para que um indivíduo possa escutar é necessário que todas as partes desse sistema estejam funcionando bem.
O QUE É SURDEZ OU DEFICIÊNCIA AUDITIVA?
Surdez é o nome mais comum dado a impossibilidade ou dificuldade de ouvir. O termo pessoa com deficiência auditiva é também muito utilizado pelos profissionais que trabalham com essa população
Popularmente se utiliza o termo “surdo-mudo”, mas uma pessoa surda não é muda. A criança que nasce surda, ou fica surda antes de adquirir linguagem, poderá desenvolver sua comunicação se tiver uma estimulação adequada.
A PESSOA COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA PODE OUVIR?
Cabe uma explicação: existem surdos que percebem poucos sons (em geral os mais graves e fortes) e outros que escutam melhor. Ou seja, nem todo surdo tem a mesma perda de audição.
Classificação de acordo com o grau de perda de audição:
· | Leve - | 25 a 40 dB | - dificuldade de ouvir a voz baixa ou | ||||
distante, devendo a pessoa sentar-se | |||||||
em lugar mais próximo na classe ou | |||||||
reuniões, | |||||||
· | Moderada | - | 40 a 55 dB | - conversação a uma distancia de 90cm | |||
a 1,5m sendo indicado aparelho | |||||||
auditivo, o treinamento auditivo, a | |||||||
leitura labial e a correção da fala. | |||||||
· | Acentuada | - | 55 a 70 dB | - a conversação precisa ser em voz | |||
alta. | Grande | dificuldade | de | ||||
comunicação quando em grupo ou sala | |||||||
de aula; além do que foi mencionado | |||||||
acima, se faz necessária a correção de | |||||||
linguagem e a participação em classes | |||||||
especiais. \tais pessoas podem se | |||||||
beneficiar pelo uso de prótese | |||||||
adequada, com maior volume de | |||||||
ampliação possível. | |||||||
· | Grave | - | 70 a 90 dB | - só é possível ouvir a voz alta à | |||
distancia de 30cm, identificar ruídos | |||||||
ambientais, distinguir as vogais, mas | |||||||
não as consoantes; indispensável a | |||||||
educação especial | destinada | as | |||||
pessoas surdas, consistindo no ensino | |||||||
da linguagem e treinamento auditivo, | |||||||
com a possibilidade de frequentarem | |||||||
mais tarde as classes regulares. A | |||||||
grande maioria dessas pessoas requer | |||||||
os mais potentes modelos de | |||||||
amplificação da prótese auditiva. | |||||||
· 90dB | - apenas alguns sons mais fortes | ||||||
Podem ser ouvidos, tornando-se | |||||||
indispensável o auxilio de classes | |||||||
especiais ou escolas para surdos, pois | |||||||
a audição não pode ser considerada a | |||||||
principal via de comunicação; algumas | |||||||
dessas crianças (melhor dotadas) | |||||||
poderão | frequentar escolas regulares. | ||||||
dB – decibel é uma unidade de medida do som. Mede-se a intensidade (o volume) do som. A intensidade mínima que um individuo normal precisa para detectar a presença de um som é considerada zero dB. Um som fraco, como água saindo da torneira corresponde aproximadamente a 20 dB. Um som forte como o barulho do motor de um avião é aproximadamente 100 dB. O som de nossa fala corresponde a 60 dB, aproximadamente. A audiometria é o teste que determina a acuidade auditiva.
Classificação de acordo com a localização da lesão:
· Surdez Condutiva – o problema está localizado na orelha externa ou na orelha média o que provoca a perda ou a diminuição na capacidade de conduzir o som até a orelha interna. Em geral as perdas condutivas são de grau leve ou moderado.
· Surdez Neurosensorial – a lesão está localizada na orelha interna o que acarreta a diminuição da capacidade de receber os sons que passaram pela orelha externa média. As perdas neurosensoriais podem atingir todos os graus, do leve ao profundo. Se a lesão atingir também o aparelho vestibular, poderá acarretar restrições no equilíbrio da pessoa.
Classificação de acordo com a época que ocorreu a perda:
· Pré – Lingual – ocorre antes da aquisição da linguagem (tende a ser mais complicada para o desenvolvimento cognitivo)
· Pós – lingual - ocorre depois da fase da aquisição da linguagem.
Causas da Deficiência Auditiva
Pré – Natal:
· Componentes hereditários
· Infecções: rubéola materna, toxoplasmose, sífilis;
· Ototoxidade: agentes terapêuticos ou químicos que podem chegar via placenta ao feto.
Neonatal (durante o Parto):
· Anoxia (sofrimento fetal);
· Icterícia neonatal ( incompatibilidade do fator RH do sangue da mãe e do bebê);
· Traumatismo obstétrico.
Pós – Natal:
· Infecções: meningites, sarampo, labirintite, ototoxiddade;
· Traumatismo craniano;
· Otoesclerose;
· Disacusia ocupacional; - não escuta;
· Presbiacusia.
PROCEDIMENTOS BÁSICOS DE AJUDA E ENCAMINHAMENTO
Perceber se um bebê tem dificuldade auditiva pode ser uma tarefa não muito simples. As recomendações iniciam-se com o prestar atenção nas reações da criança. Deve-se observar se o bebê assusta quando se bate uma porta ou se provoca algum barulho repentino; se olha quando a mãe o chama ou outras reações aos presentes no ambiente. Se surgir alguma dúvida, procure imediatamente os serviços médicos.
Após ter sido diagnosticada a deficiência auditiva e a criança recebido o tratamento clínico adequado, a família deve ser orientada quanto às possibilidades da criança e o encaminhamento deve ser feito para os serviços especializados.
À semelhança da deficiência visual, nos casos de pessoas adultas ou idosas que venham a adquirir a condição de deficiente auditivo, a conduta é o caminho aos serviços de reabilitação.
O QUE É ATENDIMENTO ESPECIALIZADO?
. É um programa educacional (terapêutico e escolar) planejado para atender às necessidades da criança e sua família, e que deve se iniciar assim que se obteve o diagnóstico da deficiência auditiva.
É bom esclarecer que não existe um tipo único de programa especializado para surdos. Existem diferentes locais de atendimento com diferentes propostas de trabalho. O que a família deve fazer é descobrir quais locais de atendimento existentes na região onde reside, e fazer sua escolha levando em consideração se as características do atendimento irão satisfazer as necessidades da criança, e se estão de acordo com as expectativas e condições da família.
Em geral depois que a família recebe o diagnóstico que a criança é surda, todos ficam muito perdidos sem saber o que fazer e quem procurar. Entretanto, fica mais fácil se a família solicitar do profissional que realizou o diagnóstico: uma indicação desses locais de atendimento, uma carta de encaminhamento e a cópia dos exames realizados.
Pode-se procurar o atendimento especializado nos seguintes locais:
· Serviços de Educação Especial da Secretaria Estadual de Educação – classes especiais do Estado.
· Escolas Especiais da Prefeitura.
· Escolas Especiais Particulares.
· Centro de Atendimento Especializado.
· Clínicas de Fonoaudiologias.
Pode ser uma decisão importante, é bom a família procurar discutir suas dúvidas e opções com um profissional capacitado, levando em consideração todos os fatores que possam auxiliar a criança em seu desenvolvimento
CARACTERIZAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA.
O desenvolvimento global da pessoa com deficiência auditiva está relacionado aos fatores:
· A fase em que a perda da audição ocorre;
· A etiologia;
· A localização da lesão;
· A exploração ou inexploração do meio (quantidade e qualidade dos estímulos ambientais que a criança é exposta).
Domínio Cognitivo
No desenvolvimento intelectual, os aspectos que envolvem comportamentos verbais são os mais prejudicados. As pessoas com dificuldade auditiva podem apresentar restrições na aquisição, formação, generalização e abstração de conceitos. A utilização da memória visual é de suma importância para o aprendizado.
Domínio Sócio-Afetivo
Inicialmente, um fator relevante é que a construção da imagem corporal e do auto-conceito acontece nos primeiros anos de vida, através das vivências práticas e percebidas pelos sistemas tátil-cinestésico e vestibular. A partir dos sete anos de idade, a criança começa a decodificar essas informações também pela visão e audição. Essa mudança cria um impacto considerável na percepção de si mesmo, para a criança com deficiência auditiva e, também, para aquela com deficiência visual.
As dificuldades na comunicação e, por vezes, o “invisível” da deficiência, podem acarretar restrições quanto a forma de se perceber, de estabelecer contato e manter relacionamentos com ambiente e com as pessoas. Dentre os problemas de comportamento observados, destaca-se:
· Não quer utilizar o aparelho auditivo ou disfarça e seu uso; não assume a deficiência;
· Dificuldade em manter contato com pessoas estranhas;
· Não ter paciência quando as pessoas que ouvem não consegue entender a sua comunicação;
· Tendência a se isolar ou criar o convívio apenas com o grupo de surdos;
· Ansiedade;
· Certa imaturidade;
· Dificuldade em manter a concentração.
Domínio Psicomotor
Apesar de alguns trabalhos documentarem defasagens quanto às habilidades motoras e capacidades físicas das pessoas com deficiência auditiva, nota-se que é exatamente através do corpo e do movimento que essas pessoas obtêm resultados, tão ou mais satisfatórios, quando comparadas aos indivíduos sem a deficiência auditiva. Outro fato relevante é que o domínio corporal e a sua expressão tornam-se ferramentas incomparáveis para a comunicação e interação social da pessoa com deficiência auditiva.
Um programa de Educação Física para deficientes auditivos se assemelha a um programa tradicional destinado às outras pessoas. São necessárias algumas estratégias que favoreçam a comunicação e o relacionamento entre o professor e os alunos. O professor deve avaliar a necessidade de priorizar algumas atividades, caso perceba algumas defasagens nas seguintes condutas, habilidades motoras e capacidades físicas:
· Esquema corporal.
· Consciência e controle dos movimentos.
· Equilíbrio estático e dinâmico.
· Coordenação motora geral.
· Coordenação visomotora.
· Orientação espaço-temporal.
· Respiração e controle de tônus (relaxamento).
· Agilidade (velocidade e tempo de reação).
· Destrezas.
· Ritmo.
· Resistência geral e RML.
· Participação em jogos e atividades em grupo.
EDUCAÇÃO FÍSICA E DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Devemos considerar algumas implicações pedagógicas e estratégias básicas na relação do profissional da Educação Física com o aluno deficiente auditivo:
1. Sempre falar com os alunos deficientes auditivos mesmo que se use gestos para facilitar a comunicação.
2. Falar com naturalidade sem articular exageradamente as palavras. Deve-se usar o português clássico evitando gírias ou modismos.
3. Para alguns alunos é necessário falar bem próximo e em voz mais alta.
4. Se há indicação, incentivar o uso do aparelho de ampliação sonora individual. O professor deve estar bem informado sobre o tipo, a utilização e os cuidados com o mesmo.
5. Posicionar-se sempre de frente para o aluno facilitando a leitura labial e a comunicação não-verbal.
6. Orientar o olhar do aluno quando introduzir nova atividade.
7. Utilizar-se de todos os recursos possíveis para se comunicar (linguagem gestual e corporal, recursos visuais como cartazes, lousas, objetos, coloridos identificando as tarefas e atividades, seguir as demonstrações do professor e dos outros alunos, etc).
8. Não demonstrar impaciência quando não estiver compreendendo. Se necessário, recorra aos outros alunos que possam ajudá-lo ou aos familiares, se presentes.
9. Aprender com os próprios alunos deficientes auditivos a linguagem gestual para as situações cotidianas. Dependendo da situação, torna-se imprescindível o aprendizado e o uso do Alfabeto Digital e das LIBRAS – linguagem Brasileira de Sinais (existem escolas e instituições que oferecem cursos).
10. Estimular o aluno a falar e desenvolver a sua linguagem.
11. Ordem Unida – melhores formações: em fileira única, em fileiras intercaladas; em U;. sentados (sempre de frente para o professor).
12. Professor deve ter controle sobre o grupo, evitando a agitação e dispersividade.
13. Estabelecer rotina de aula, não mudando constantemente procedimentos e regras para as atividades.
14. Quando tiver dúvidas nas questões sobre o contato e relacionamento, inicialmente o professor deve se orientar com o próprio deficiente auditivo. Se necessário, com a família e depois com os profissionais especializados na área.
DEFICIÊNCIA FÍSICA E MOTORA
A deficiência física ou motora refere-se às pessoas que apresentam um déficit ou dificuldade para a execução dos movimentos que podem envolver o tronco, os membros superiores e/ou inferiores.
Segundo Telford & Sawery (1978), essa deficiência caracteriza-se por um distúrbio da estrutura anatômica ou da função, que interfere na movimentação e/ou locomoção da pessoa.
Existem diferentes graus de deficiência ou motora:
LEVE – Quando determina uma incapacidade que não traga alterações na rotina da pessoa. Por exemplo, um indivíduo que têm um membro inferior um pouco mais curto que o outro.
MODERADA – Quando a incapacitação apresentada determina algumas modificações no ritmo e rotina da vida da pessoa. Por exemplo: dificuldades relacionadas com barreiras arquitetônicas.
GRAVE – Quando a incapacidade de mobilidade é total, trazendo um alto grau de dependência para as atividades da vida diária e vida prática.
CAUSAS QUE PODEM GERAR A DEFICIÊNCIA FÍSICA E MOTORA
De acordo com a origem e a fase de ocorrência as causas podem ser classificadas:
PRÉ-NATAL- Doenças infecto-contagiosas; drogas; exposição aos RX, má formação congênita, miopatias, doenças genéticas.
PERI-NATAL – Tocotraumatismo determinado anóxias que podem levar a Paralisia Cerebral (PC).
NEO-NATAL – Kemicterus e fatores determinantes de hipóxia.
PÓS-NATAL – Doenças infecto-contagiosas como por exemplo, a poliomielite, acidente vascular cerebral (AVC) e acidentes em geral.
CLASSIFICAÇÕES:
As deficiências físicas e motoras são classificadas quanto a NATUREZA da seguinte forma:
ORTOPÉDICOS - São as deficiências que se referem aos problemas dos músculos, dos ossos e das articulações.
NEUROLÓGICO – São as deficiências relacionadas com lesões e/ou deteriorações no sistema nervoso central.
Quando a ÉPOCA em que ocorre a instalação da deficiência física e motora, ela pode ser congênita ou adquirida.
As deficiências físicas e motoras podem ser classificadas quanto a evolução em: progressivas permanentes ou crônicas.
ALGUMAS CONDIÇÕES QUE PODEM LEVAR A DEFICIÊNCIA FÍSICA E MOTORA.
Dentre os distúrbios ortopédicos que favorecem a instalação de deficiência física e motora, destacando-se:
· AMPUTAÇÃO – Definida como a ausência congênita ou a retirada de um ou mais membros.
· ESPINHA BÍFIDA – Definida como a alteração do fechamento de um ou mais arcos vertebrais que pode resultar em distúrbios neurológicos além dos desvios da estrutura óssea. Apresenta vários tipos como: oculta (onde a anomalia só será percebida em exames de raios X.Torna a estrutura da coluna vertebral menos resistente tornando o indivíduo mais propenso a sofrer de deslizamento de vértebras, devendo evitar carregar pesos excessivos ou executar testes de carga máxima); meningocele (onde se forma um tumor com protusão sacular junto a coluna vertebral, o qual contém líquor, porém a medula e as raízes nervosas permanecem em posição normal, raramente deixando seqüelas, se tratada adequadamente); mielomeningocele (onde se forma uma protrusão sacular, contendo meninges, líquor, porções medulares e fibras nervosas, levando quase sempre à lesões medulares parciais e/ou totais.
· NANISMO – Definido pela baixa estatura em relação a idade cronológica, onde o indivíduo na idade adulta não atingirá nem menos 132 cm de estatura. A patologia mais comum é a acondroplasia (doença autossômica) causada por um gen dominante, que leva à desproporção entre o tronco, cabeça e os membros.
· DISTROFIA MUSCULAR PROGRESSIVA – É uma doença hereditária de causa desconhecida, caracterizada pela deteorização dos músculos estriados. Pouco se sabe sobre o gene alterado, A maioria dos pesquisadores acredita que a alteração se dê no nível bioquímico, mas a natureza do defeito não é conhecida. Existem pelo menos três tipos bem definidos clinicamente de distrofia muscular progressiva: Distrofia fácio-escápulo-umeral; distrofia da cintura escapular e braço; infantil também conhecida por distrofia muscular de duchenne (DMD), a mais conhecida é a mais incapacitante.
· OSTEOGÊNESE IMPERFEITA – Caracterizada pela má formação óssea causada por herança genética. Compromete a estrutura óssea tornando-a quebradiça e com densidade diminuída. Os acometimentos por essa patologia sofrem fraturas ao nascimento e/ou depois dele, podendo adquirir deformidades dessas fraturas.
· ARTRITE – Caracterizada por inflamação articular que causa dor interna na articulação afetada e suas adjacências, como consequente diminuição das funções, podendo chegar até a imobilização. Pode aparecer em qualquer fase da vida, onde a mesma pode indicar qual o tipo de artrite. A mais conhecida é a ARTRITE REUMATÓIDE caracterizando uma patologia sistêmica, a qual envolve as articulações e os músculos.
Quanto aos distúrbios neurológicos que podem levar à deficiência física e motora, destacamos:
· Poliomelite – Causada por um vírus que destrói células motoras e geralmente se alojam no corno anterior da medula. Deixa como sequela a paralisia nas áreas motoras correspondentes, mas preserva a sensibilidade.
· Lesões medulares – Causadas por traumas, fraturas das vértebras da coluna, tumores ou más formações artétio-venosas que destroem as células de uma região da medula espinhal. Uma vez lesadas, as células nervosas não se regeneram, levando as áreas motoras e sensoriais correspondentes à perda parcial (paresia) ou total (plegia) de suas funções. Quando afeta a região cervical a lesão caracteriza uma tetraplégica ou uma tetraparesia (acometimento dos quatro membros). Quando afeta a região torácica, lombar ou sacral, caracteriza uma paraplegia ou paraparesia (lesão dos membros inferiores e/ou tronco)
· Paralisia cerebral (PC) – definida como uma lesão permanente no cérebro, particularmente na área motora, a qual leva à distúrbios do tônus muscular e, consequentemente, das funções motoras. Costuma vir acompanhada de lesões em outras áreas e por isso é muitas vezes considerada um deficiente múltipla. Sua classificação é feita segundo a natureza do tônus muscular apresentado. Há sete tipos distintos de paralisia cerebral, mas abordaremos apenas os três principais:
Espástico – a espasticidade, que ocorre em aproximadamente metade de todos os casos de paralisia cerebral, é caracterizada por reflexos hiperativos e músculos flexores contraídos, o que produz um movimento duro e sem plasticidade. A deficiência intelectual frequentemente está associada a esse tipo de paralisia cerebral.
Atetóide – a atetose é observada em ¼ de todos os casos e é caracterizada por movimentos involuntários, incoordenados e sem propósito, com vários graus de tensão. Esses movimentos fazem com eu a pessoa se contraia constantemente. Os movimentos extenuantes são menos graves quando o individuo está relaxado.
Ataxia – a ataxia é do tipo menos comum da paralisia cerebral. È caracterizada pela incoordenação da atividade ou função, ou ambas, por causa do distúrbio do senso cinestésico. O atáxico tem que se concentrar para não cair e sua marcha assemelha-se àquela de uma pessoa embriagada. Na maioria dos casos, o tônus muscular é fraco.
Geralmente esses indivíduos apresentam situações particulares que não podem ser generalizadas para outras situações que levam à deficiência motora, necessitando de uma avaliação mais capacidades e habilidades motoras.
O grau de desenvolvimento nas paralisias e paresias determinam as capacidades de movimento e a capacidade funcional. A classificação quanto à topografia dos membros afetados é:
Monoplegia – um membro
Paraplegia - membros inferiores
Hemiplegia – ambos os membros de um lado
Diplegia – envolvimento de ambas as pernas, com leve envolvimento dos braços.
Triplegia – três membros, com frequência as duas pernas e um braço
Tetraplegia ou quadriplegia – quatro membros afetados, as pernas geralmente espásticas e os braços discinéticos.
· Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) – O cérebro PE um mecanismo intricado, extremamente depende do fluxo sangüíneo adequado. Qualquer interrupção maior da circulação sangüínea no cérebro geralmente resulta num acidente vascular cerebral (AVC), vulgarmente chamado de “derrame”. O sinal físico do acidente vascular cerebral geralmente é a hemilplegia (paralisia de um lado do corpo) ou hemiparesia (paralisia parcial de um lado do corpo). Vale lembrar que o lado direito do cérebro controla o lado esquerdo (paralisia do lado esquerdo do corpo) e direito do cérebro resultaria numa hemiplegia esquerda (paralisia do lado esquerdo do corpo) e uma lesão do lado esquerdo do cérebro resultaria numa hemiplegia direita (paralisia do lado direito do corpo).
· Esclerose Múltipla – è uma doença neurológica crônica e degenerativa, levando à desintegração da bainha de mielina da fibra nervosa. Os sintomas incluem uma variedade de problemas sensoriais, tremores, fraqueza muscular, dificuldades na fala, vertigem, leves distúrbios emocionais, paralisia parcial e dificuldades motoras.
Independente das causas, definições ou classificações, a pessoa com deficiência física e motora deve ser respeitada e inserida nas condições de uma vida normal, considerando os aspectos bio-psico-sociais. Quando criança exige-se das pessoas que dela cuidam um maior esforço em termos de exercícios de postura e manipulação. Esses exercícios se destinam a aumentar a força muscular, manter e aumentar as amplitudes articulares, enfim evitar a atrofia da musculatura que pode se instalar nos membros tornando-os definitivamente hipofuncionantes. Outra finalidade dos exercícios para a movimentação dos membros lesados, além de estimular e desenvolverem a sensibilidade superficial e profunda tem como objetivo a introjecção da imagem do membro lesado no esquema corporal, e sua representação mental.
Esse trabalho quando desenvolvido com a criança, deve ser sempre uma atividade agradável e tranquila, acompanhada de conversa entre a pessoa que estimula ou manipula e a criança. Músicas com letras de fácil assimilação devem ser cantadas. É ainda muito importante sempre transmitir carinho nos momentos dedicados a essas atividades.
A criança apresenta uma sequela natural em seu desenvolvimento neuro-motor, ou seja; ela primeiramente firma a cabeça no pescoço, depois ela controla o tronco, sentando-se com apoio e depois sem apoio, em seguida ela engatinha e começa a segurar nos objetos que a cercam, finalmente fica em pé e anda.
Os exercícios que serão inicialmente apresentados seguem essa ordem, o que não quer dizer que a criança que ainda não adquiriu determinada etapa motora deva permanecer inerte e só ser manipulada com exercícios para aquela fase. Há sempre a necessidade da estimulação global própria do bebê.
A criança deve ser bastante manuseada, colocada em diferentes posições e posturas, pois quando ela é mantida deitada ou sentada por longo tempo em determinada posição, ela está sujeita ao aparecimento de “escaras” que são feridas que se abrem na pele, decorrentes do atrito desta com colchão ou cadeira em que mantém a criança. A criança com deficiência física e motora, na maioria das vezes, para conseguir algum grau de independência em sua vida pessoal necessita de adaptações que facilitarem e permitirem a passagem dela de uma posição para outra, por exemplo, a transferência de cadeira de rodas para o vaso sanitário.
EXERCICÍOS E ATIVIDADES
Os exercícios, posturas e manipulações aqui propostos podem ser executados por qualquer pessoa, sem causar ou trazer danos a criança com deficiência física Ed motora. Essas atividades devem acompanhar o desenvolvimento neuropsicomotor.
Dependendo da alteração apresentada, deve-se procurar posicionar a criança da melhor forma possível. Para que possa realizar as atividades.
Também a mãe ou a pessoa que ajudará nas atividades, deve manter uma postura confortável e adequada, a fim de não prejudicar e /ou limitar a ação da criança.
Qualquer que seja a alteração apresentada pela criança é importante mudá-la de posição constantemente, ou icentivá-la a fazê-lo, se já tiver condições.
Com a criança espástica:
· De preferência, deitá-la de lado.
· Quando deitada de costas, é interessante confeccionar um travesseiro de flocos de espuma com uma postura dupla no meio, que permita um melhor posicionamento do bebê de costas. Note-se co ele fica mais relaxado.
· Faça uma rede de lona, brim, algodão grosso, etc., e pendure-a no berço, deitando o bebê de costas.
· Para carrega-lo com colo, posicioná-lo com as pernas abertas sobre a lateral do quadril do acompanhante.
· Mudar o bebê de ambientes, recostando-o em almofadas.
Com a criança hipotônica:
· De preferência, deitá-la de lado ou de bruços, para que adquira o controle de cabeça mais facilmente.
· Quando deitada de costas, amarrar uma fralda em forma de 8 acima dos joelhos, para evitar que fique com as pernas abertas (abduzidas).
· Ao carregá-la no colo, voltar a criança para frente, formando uma cadeirinha com os próprios.
· Quando a criança estiver sentada no chão, impedi-la a colocar as pernas cruzadas para frente.
EQUILÍBRIO DE CABEÇA
Quando a criança, já com mais de dois meses de idade, não consegue firmar a cabeça no pescoço, os procedimentos sugeridos são:
· Deixar a criança de bruços, mantendo sua atenção com um brinquedo ou mesmo batendo palmas à sua frente. Mantê-las assim pelo tempo máximo de quinze minutos ou até o momento em que começa a chorar (essa atividade deve ser repetida várias vezes nos transcorrer do dia).
· Posicionar a criança no colo da mãe e manter a criança em posição ereta, com as costas junto ao tronco materno. Mãe e criança já estiver mantendo firme a cabeça no pescoço, aí sim passar para o exercício seguinte para trabalhar o equilíbrio do tronco.
· Em cima de um rolo (pode ser feito com uma toalha ou tora de madeiras), posicionar a criança no chão de joelhos na frente do rolo. Conduzir a criança de bruços atravessada no rolo. Colocar um brinquedo na frente da criança a fim de servir como estímulo.
· Fazer a criança perceber o movimento que lhe vai permitir alcançar o brinquedo. Segurá-la pelos joelhos, pelas nádegas ou pelos tornozelos, fazendo-a rolar suavemente.
· Trata-se de um jogo, o movimento deve ser feito bem devagar, dando tempo à criança para sentir e encontrar o equilíbrio.
· Com a criança deitada de costas, pernas estendidas e pés seguros entre os joelhos da mãe (ou facilitador), a criança agarra os polegares da pessoa que a puxará, estimulando-a a erguer a cabeça e depois o tronco em direção ao facilitador.
Quando a criança não consegue se manter sentada, os procedimentos sugeridos são:
· Deitar a criança de costas com as pernas estendidas. Segurar a criança pela cabeça e pelo ombro direito. Erguê-la um pouco fazendo o tronco girar para a esquerda. Fazer o mesmo movimento com o outro lado.
· Sentar-se de frente de um espelho. Colocar a criança em pé olhando para o espelho. Segurar a criança pelos joelhos com uma mão e com a outra segurar seu peito. Levantar o tronco da criança gradualmente. A medida que ela for conseguindo manter o equilíbrio, a mão do facilitador deve ir sendo baixada em direção à barriga da criança.
· Diante de uma mesinha, colocar a criança com os pés no chão e apoiado na mesinha (caixote ou coisa semelhante). Segurá-la pelas coxas ou pelos joelhos. Podemos colocar brinquedos a sua frente e incentivá-la para que se movimente para os lados apoiando-se nas mãos.
Quando a criança já senta; podemos sugerir os seguintes procedimentos:
· Sentar a criança num colchão ou algo macio, segurando-lhe as pernas e ir levantando-as pouco a pouco. Durante um momento ela vai resistir ao desequilíbrio e depois deixar-se cair de costas.
· Sentar a criança em uma superfície macia, apoiada no seu braço esquerdo estendido; levantar o braço e o ombro direito para assim fazê-la se manter em equilíbrio sobre o lado oposto. Alternar o lado de exercício (fazer com o outro braço). Prestar atenção para que a criança faça sozinha aquilo de que é capaz, procurar não cansá-la e perceber o que é possível. Despertar seu interesse colocando brinquedo ao seu alcance.
· Sentar a criança num banquinho (ou caixotinho), com os pés bem apoiados no chão. O facilitador fica por trás da criança segurando-a apenas por uma coxa, evitando qualquer apoio dorsal. Chamar a atenção com um brinquedo para ela tentar pegar com a mão. Dar tempo à criança para procurar e encontrar o equilíbrio. Ela vai endireitar as costas, virando-se para um lado, para outro, apoiando-se com os pés no chão.
· Rastejar de quatro. Colocar a criança de bruços e um brinquedo a certa distância. Estimular para que ela rasteje até conseguir chegar ao brinquedo. Deve-se deixar a criança engatinhar ou arrasta-se do jeito que for melhor para ela.
Quando a criança começar a ficar em pé, sugere-se:
· Sentar a criança no chão com as penas levemente afastadas. Deixar ao seu alcance os brinquedos preferidos. Flexionar os joelhos das crianças, juntar as pernas e segurá-las. Com a mão no peito da criança, fazê-la ficar de quatro, de modo a facilitar o engatinhar.
· Colocar a criança de quatro no chão. Pôr uma mão em seu peito e a outra em sua nádega, de forma que ela encoste no calcanhar e o tronco fique ereto. Chamar a atenção da criança com um chocalho em ambos os lados de seus ombros para que ela olhe para todos os lados.
· Sentar a criança sobre os calcanhares com o peito erguido. Com a criança agachada, sustentar o tronco com suas mãos e fazer um movimento de vai e vem, de trás para a frente. Num determinado momento ela poderá ficar em pé.
· Colocar a criança e pé apoiando-se em um banquinho ou caixote. Segurá-la pelas nádegas e mantê-la nessa postura.
Todos esses exercícios devem ser feitos acompanhados de sons emitidos pelo facilitador: conversas estimulantes, cantigas, brinquedos sonoros ou similares que ajudem a manutenção da criança na postura.
Quando a criança já estiver engatinhando e ficando em pé com apoio, os procedimentos sugeridos são:
· Deixar a criança engatinhar pelo chão da casa e ficar de pé segurando-se nos móveis. Colocá-la num banquinho (ou caixote) em frente a um móvel (sofá ou cadeira) a fim de que ela possa segurar e se levantar. A mãe deve segurá-la pelo quadril por trás, sentando-a e levantando-a por várias vezes.
Quando a criança já estiver permanecendo em pé sem apoio, para iniciar os primeiros passos, sugere-se:
· Segurá-la pelo quadril e deixá-la experimentar a nova sensação. Fazer com que ela vire o peito para um Aldo e depois para o outro, com os pés no chão. Fazer várias vezes até perceber o momento em que a criança entende essa descoberta e dá o primeiro passo. Realizar este exercício em frente ao espelho.
RESTRIÇÕES DE MOVIMENTOS NOS MEMBROS INFERIORES
Uma criança pode não ser capaz de andar como as outras crianças da sua idade porque os músculos que movimentam as articulações das pernas estão fracos. Isso pode acontecer em uma ou nas duas pernas.
Articulação é a parte do corpo que possibilita o movimento. Os músculos movem as articulações e assim produzem os movimentos corporais. Os músculos podem estar enfraquecidos e não permitir que a criança faça nenhum movimento; outras vezes eles não movimentam as articulações completamente. Se a criança tiver os músculos fracos, as ariculações da perna poderão ficar flexionadas a maior parte do dia causando atrofias e deformidades. Os músculos devem ser fortalecidos para que a criança possa se movimentar com facilidade evitando maiores comprometimentos.
Exercícios sugeridos:
Quando for possível, a criança deverá fazer os exercícios sozinha. Auxiliar somente nos exercícios que ela não conseguir fazer por si. Cada exercício deverá ser feito pelo menos 20 vezes em cada perna todos os dias.
1) Posição inicial com a criança em decúbito dorsal num colchonetes. Flexionar o quadril e os joelhos. Estender o quadril e os joelhos lentamente.
2) Mesma posição inicial. Levantar a perna estendida na vertical. Abaixar a perna lentamente. Repetir com a outra perna.
3) Mesma posição inicial. Flexionar o joelho aproximando o calcanhar das nádegas. Retornar estendendo lentamente o joelho. Repetir com a outra perna.
4) Mesma posição inicial. Levantar a perna estendida na vertical e abduzi-la. Repetir co a outra perna.
5) Da posição em decúbito dorsal, rolar e passar para decúbito ventral. Se necessário, auxiliar a criança nessa manobra.
6) Posição inicial com a criança em decúbito ventral num colchonete. Elevar a perna mantendo o joelho estendido. O quadril deve estar apoiado no colchonete. Baixar a perna lentamente. Executar com a outra perna.
7) Mesma posição inicial. Flexionar os joelhos aproximando os calcanhares das nádegas. Esse exercício pode ser feito alternando as pernas ou com as duas simultaneamente.
Observações:
· A pessoa deve ser incentivada a realizar sozinha os movimentos.
· Na impossibilidade, deverá ser auxiliada por um facilitador.
· Os pontos de apoio mais adequados para as manipulações são atrás dos joelhos e nos calcanhares atrás dos tornozelos.
· Elogiar as conquistas e estimular para superar novos desafios quanto aos movimentos.
RESTRIÇÕES DE MOVIMENTOS NOS MEMBROS SUPERIORES
Exercícios sugeridos:
1) Jogue bola com a criança e ensine a segurá-la de várias maneiras. O jogo pode ser de pé ou sentado. Pode-se usar bolas variadas em tamanho, peso, cor e material.
2) Ensine a criança a jogar bola com as duas mãos e depois com apenas uma das mãos. Favorecerá para que a criança explore todas as possibilidades de se brincar com bolas.
3) Posição inicial com a criança sentada no chão e pernas estendidas. Colocar as mãos apoiadas atrás do quadril. Fazer a elevação do quadril sustentando o peso do corpo nas mãos apoiadas no solo. Voltar a posição inicial. Aumentar o número de repetições observando as possibilidades da criança.
4) Com a criança sentada ou em pé, fazer as mais diversas manipulações usando bastões. Esses bastões também devem ser variados de acordo com o comprimento, grossura, peso e material.
5) Outros elementos podem ser utilizados na execução de atividades manipulativas: saquinhos de areia e de feijão, pompom de lã, bexigas, macas de ginásticas, fitas, elásticos, etc.
Exercícios diários com as mãos:
Quando a criança tem menor sensibilidade nas mãos, é possível que elas fiquem enfraquecidas, tornando-se rijas, curvadas e com deformidades. Pode-se prevenir fazendo alguns exercícios diariamente:
1) Colocar a mão com cuidado sobre uma superfície plana, com a palma virada para cima e os dedos estendidos o máximo possível. Flexionar os dedos e depois estender novamente. Se necessário ajude com a outra mão.
2) Na mesma posição, manter o polegar estendido, flexioná-lo para alcançar a ponta do dedo mínimo e depois voltar a posição anterior. Ajudar com a outra mão, se houver necessidade.
3) Mesma posição inicial. Flexionar o polegar buscando o movimento de pinça com os outros dedos.
4) Colocar a mão sobre uma mesa ou superfície plana, com a palma voltada para baixo. Abrir os dedos estendidos o mais que puder. Ajude com a outra mão, caso seja necessário.
5) Realizar várias manipulações usando bolinhas de borracha, saquinhos de areia,
massa de modelar, argila, etc.
Observações:
· Deve-se ensinar a criança a repousar as mãos por cinco minutos a cada meia hora de exercícios ou atividade manual pesada ou quando for notório o cansaço.
· È importante transmitir noções de perigo em relação a situações que possam ferir ou prejudicar as mãos, tais como: pegar panelas quentes, manipular pedaços de madeiras que apresentam lascas, etc.
EDUCAÇÃO FÍSICA E DEFICIÊNCIA FÍSICA E MOTORA
Já foi comentado como é heterogênico o grupo da Deficiência Física e Motora, mas, em geral, essas pessoas podem participar de inúmeras atividades envolvendo movimento, dança recreação, jogos e esportes. Ao participar dessas atividades relacionadas à Educação Física, o indivíduo que tem alguma deficiência física ou motora obterá ganhos significativos tanto para os aspectos funcionais quanto emocionais e sociais. Algumas sugestões somam-se às outras tantas já indicadas como implicações pedagógicas na relação do professor com o aluno portador de alguma necessidade especial:
1) Periodicamente, obter aprovação médica quanto a participação do aluno nas aulas.
2) Planejar as atividades de forma a dar a cada aluno a oportunidade de participar tanto quanto possível.
3) Cuidar para que o espaço da atividade não implique em riscos para o aluno. O aluno com deficiência física ou motora precisa de mais espaço individual para a atividade do que o aluno não portador de deficiência.
4) Oferecer maior período de descanso àqueles que têm resistência limitada.
5) Estar ciente de perigos: quedas, entorses, etc, que possam acometer seus alunos.
6) Substituir as posições sentadas ou deitadas, por posições em pé quando possível e necessário.
7) Se a pessoa usar cadeira de rodas, é importante saber que para uma pessoa sentada é incômodo ficar olhando para cima por muito tempo, portanto se a conversa for demorar mais tempo mais tempo do que alguns minutos se for possível, lembre-se de sentar, para que você e ela fiquem com os olhos num mesmo nível.
8) A cadeira de rodas (assim como as bengalas e muletas) é parte do espaço corporal da pessoa, quase uma extensão do seu corpo. Agarrar ou apoiar-se na cadeira de rodas é como agarrar ou apoiar-se numa pessoa sentada comum. Isso muitas vezes é simpático, se forem amigos, mas não deve ser feito se vocês não deve ser feito se vocês não se conhecem.
9) Nunca movimente a cadeira de rodas sem antes pedir permissão para a pessoa.
10) Quando estiver empurrando uma pessoa sentada numa cadeira de rodas, e parar para conversar com alguém, lembre-se de virar a cadeira de frente para que a pessoa também possa participar da conversa.
11) Ao empurrar uma pessoa em cadeira de rodas, faça-o com cuidado,.Preste atenção para não bater nas pessoas que caminham a frente. Para subir degraus, incline a cadeira para trás para trás para levantar as rodinhas da frente e apoiá-las sobre a elevação. Para descer um degrau, é mais seguro fazê-lo de marcha a ré, sempre apoiando para que a descida seja sem solavancos. Para subir ou descer mais de um degrau em sequencia, será melhor pedir ajuda de mais uma pessoa.
12) Se você estiver acompanhando uma pessoa deficiente que anda devagar, com auxílio ou não de aparelhos ou bengalas, procure acompanhar o passo dela.
13) Na subida de rampas e escadas de um usuário com muletas ou bengala que necessite de supervisão, o acompanhante deve se posicionar-se ao lado e um pouco atrás, para interceder, quando necessário. Na descida de escadas e rampas, o acompanhante posicione-se ao lado e um pouco a frente. Em ambas as situações, a preferência de uso do corrimão é da pessoa com deficiência, quando possível.
14) Mantenha as muletas ou bengalas sempre próximas à pessoa com deficiência.
15) Se achar que ela está em dificuldade, ofereça ajuda e, caso seja aceita, pergunte como deve fazê-lo. As pessoas têm suas técnicas pessoais para subir escadas, por exemplo, e, às vezes, uma tentativa de ajuda inadequada pode até mesmo atrapalhar. Outras vezes, a ajuda é essencial. Pergunte e saberá como agir e não se ofenda se a ajuda for recusada.
16) Se você presenciar um tombo de uma pessoa com deficiência, ofereça ajuda imediatamente. Mas nunca ajude sem perguntar se e como fazê-lo.
17) Esteja atento para a existência de barreiras arquitetônicas quando for escolher uma casa, restaurante, teatro, parque esportivo ou qualquer outro local que queira visitar com uma pessoa com deficiência física.
18) Pessoas com paralisia cerebral podem ter dificuldades para andar, podem fazer movimentos involuntários com pernas e braços e podem apresentar expressões estranhas no rosto. Não se intimide com isso. São pessoas comuns como você. Geralmente, têm inteligência normal ou, as vezes, até acima da média.
19) Se a pessoa tiver dificuldade na fala e você não compreende imediatamente o que ela está dizendo, peça para repita. Pessoas com dificuldade desse tipo não se incomodam de repetir quantas vezes seja necessário para que se façam entender.
20) Não acanhe em usar palavras com “andar” e “correr”. As pessoas com deficiência física empregam naturalmente essas mesmas palavras.
21) Trate a pessoa com deficiência com a mesma consideração e respeito que você usa com as demais pessoas.
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
A deficiência intelectual é a que apresenta maior incidência, segundo dados obtidos da ONU, atingindo cerca de 50% das pessoas com deficiência em países considerados em desenvolvimento. Esse número poderia ser bastante reduzido se fossem adotadas medidas de prevenção. Outro fator preponderante é o atendimento mais precoce possível, a fim de se evitar e/ou atenuar os desvios no seu comportamento.
DEFINIÇÃO:
A deficiência intelectual refere-se a um funcionamento intelectual abaixo da média que se manifesta durante o período de desenvolvimento e se caracteriza pela inadequação do comportamento adaptativo.
(o termo “funcionamento abaixo da média” significa que a pessoa com deficiência intelectual apresenta dois ou mais desvios padrão abaixo da média – um desvio padrão corresponde a 15 pontos de quociente intelectual (QI), que é estabelecido mediante provas que relacionaram a idade cronológica e a idade mental)
(o termo “comportamento adaptativo” corresponde à capacidade da pessoa para atingir os padrões esperados para sua faixa etária no tocante a independência pessoa e responsabilidade social no contexto cultural em que está inserido)
(a inadequação no comportamento adaptativo e o déficit intelectual devem se manifestar durante o período compreendido entre o nascimento e os dezoito anos de idade. Uma pessoa para ser denominada com deficiência intelectual precisa, necessariamente, apresentar todos os elementos contidos nessa definição).
Classificação de acordo com o Quociente Intelectual (QI) – Stanford Binet Test
· D.M.LEVE – QI entre 50-55 e 70
· D.M.MODERADA – QI entre 35-40 e 50-55
· D.M.SEVERA – QI entre 20-25 e 35-40
· D.M.PROFUNDA – QI abaixo de 20
CLASSIFICAÇÃO EDUCACIONAL
Existem graus de Deficiência Intelectual e a cumplicidade para aprender varia muito, sendo importante, conhecer cada criança, perceber qual o seu potencial e necessidades a qual a melhor forma de auxiliá-la e seu desenvolvimento, sempre visando a funcionalidade máxima. A classificação educacional é a seguinte:
· DEFICIÊNCIA INTELECTUAL LEVE OU EDUCÁCIONAL – As crianças com deficiência intelectual Educável, na idade pré-escolar (0-6 anos) quase não apresentam diferenças em relação às outras crianças. Demonstram algum atraso em seu desenvolvimento neuropsicomotor, mas conseguem realizar atividades do dia a dia e participar de atividades em pequenos grupos. Na idade escolar (6 a 20 anos) são consideradas lentas na aprendizagem do ensino tradicional, apresentando geralmente rebaixamento do nível de concentração e abstração; nesta fase ficam mais evidentes as suas limitações, mas, se bem estimuladas, tornam-se independentes em auto-cuidados e podem alfabetizar-se em classes com menos crianças e com um atendimento mais individualizado. Na idade adulta podem alcançar o desenvolvimento de habilidades sociais e profissionais, sendo capazes de levar vida independente em sua comunidade, desde que vivam em ambiente estruturado e organizado. Quando há mudança de ambiente, podem desorganizar-se, necessitando apoio e orientação.
Em sociedades onde as habilidades acadêmicas não sejam pré-requisitos para a inserção na força de trabalho, as pessoas com deficiência intelectual leve passam quase que despercebidos, integrando-se normalmente em suas comunidades. Das pessoas com Deficiência Intelectual, cerca de 89% são educáveis.
· DEFICIÊNCIA INTELECTUAL MODERADA OU TREINÁVEL – As de deficiência intelectual treinável na idade pré-escolar (0 ao 6 anos) apresentam maior defasagem em relação às outras crianças. O atraso de seu desenvolvimento neuropsicomotor é mais acentuado, necessitando estímulos mais intensos para aprender atividade de auto-cuidado, comunicação e sociabilidade ao isolamento social. N a fase escolar (6 a 20 anos) necessitam estímulos constantes, sendo capazes de se tornar independentes em auto-cuidado e de aprender coisas simples, a nível concreto (cores, números, letras, placas, sinais, símbolos, etc.), podendo alcançar, em alguns casos, um nível de escolaridade até a 1ª série do 1º grau. Quando adultos, desde que sejam preparados, são capazes de desenvolver trabalhos que requeiram algumas habilidades motoras simples, mas com supervisão constante. Também necessitam orientação em situações sócio-econômicas do dia a dia. Em zonas rurais ou litorâneas, podem integrar a força comum de trabalho (plantação, pesca, criação de animais, etc), necessitando supervisão. Das pessoas com Deficiência Intelectual cerca de 6% são moderadas.
· DEFICIÊNCIA INTELECTUAL SEVERA – São cerca de 3,5% do total de pessoas que apresentam a deficiência intelectual. As crianças com Deficiência intelectual Severa apresentam atraso neuropsicomotor. Requerem estimulação intensa para conseguirem alguma independência em hábitos de higiene, alimentação e auto-cuidado. Na fase pré-escolar (0 a 6 anos) apresentam grande atraso na área motora e da linguagem, necessitando estimulação intensa e constante. São capazes e devem participar de atividades relacionadas ao lazer, sendo importante que desenvolvam alguma forma de comunicar suas necessidades e desejos (gestos, sinais, etc.). Na fase escolar (6 a 20 anos), são capazes de aprender atividades relativas ao auto-cuidado e devem ser incentivadas a participar de trabalho simples do dia a dia no lar. Na vida adulta são capazes de realizar atividades bem simples, sob a supervisão direta e constante.
· DEFICIÊNCIA INTELECTUAL PROFUNDA OU DEPENDENTE – Dentre o total de pessoas com deficiência intelectual apenas 1,5% apresentam uma condição profunda e dependente. As crianças com deficiência intelectual dependente apresentam grande prejuízo na área sensório-motora e pouca evolução no que diz respeito à comunicação. Necessitam receber cuidados que garantam a sua sobrevivência e com estimulação intensa podem apresentar algum desenvolvimento na área motora, ainda que muito lento. Apesar de suas limitações, têm capacidade para sentir o que se passa à sua volta (atitudes positivas e negativas) e apresentam reações de acordo com esses sentimentos, desde tranquilidade até extrema agitação e agressividade. Geralmente são dependentes no que se refere a auto-cuidado e alimentação, necessitando cuidados e constantes.
· LIMÍTROFE – ou o indivíduo que tem variação normal (V.N.I.). Possui um ritmo mais lento da inteligência e não se enquadra na classificação da Deficiência Mental, portanto não é uma pessoa com Deficiência Intelectual. Realiza todas e quaisquer atividades (até atividades acadêmicas), porém com o ritmo mais lento e quando lhe são dadas as oportunidades de realizá-las.
CAUSAS DA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
A Deficiência Intelectual pode ser causada por vários fatores, possíveis de ocorrerem nos períodos pré, Peri e pós-natal.
Entre os fatores pré-natal temos:
1. Fatores Genéticos
Hereditários: passam de pais para filhos (Ex.: Microcefalia, Hidrocefalia ou Macrocefalia). Entre eles, podemos citar ainda os erros Inatos de Metabolismo (Ex: Hipotiroidismo Congênito e Fenilcetonúria).
Congênitos: alterações na distribuição cromossômica que ocorrem durante a formação do embrião (Ex.: X-frágil ou síndrome de Martin-Bell e síndrome de Down)
2. Fatores Adquiridos
Congênitos: condições adquiridas na gravidez como: desnutrição da gestante, problemas de saúde da mãe. Como diabetes, sífilis, hipertenção; mãe muito jovem ou muito idosa; infecções em geral, como rubéola, toxoplasmose, alcoolismo, tabagismo e drogas (remédios e tóxicos); exposição contínua a Raios X; poluição ambiental (alimentos, água, ar).
Entre os fatores Peri-natal temos:
1. Pré-maturidade e pós-maturidade (baixo peso ao nascer);
2. Trauma de parto = parto demorado, trabalhoso, causando anorexia;
3. Hemorragias intracranianas = geralmente causadas por traumas; icterícia;
Entre os fatores pós-natal temos:
1. Infecções do Sistema Nervoso Central, como encefalites, meningites, sarampo, etc;
2. Traumas de crânio – fraturas por quedas, batidas, etc;
3. Hemorragia cerebral – geralmente causadas por trauma;
4. Exposição a produtos químicos fortes;
5. Convulsões – seguidas e sem controle;
6. Carência global – de nutrição e afeto.
Síndrome de Down
A síndrome de Down é uma condição de deficiência intelectual peculiar que a difere de outros tipos de retardo mental. Ela decorre da falha na distribuição cormossômica chamada de trissomia 21, ou seja, a presença de 3 cromossomos 21 em todas as células. Dentre algumas peculiaridades, é comum observar em uma pessoa com síndrome de Down:
· Cabeça e porção occipital do crânio achatados.
· Formato oblíquo da fenda palpebral.
· Prega epicantal (no canto dos olhos).
· Língua protusa e palato elevado.
· Dentes pequenos
· Genitais pouco desenvolvidos.
ALGUMAS RESTRIÇÕES QUE PODERÃO SER OBSERVADAS NA PRÁTICA CA
EDUCAÇÃO FÍSICA:
· Problemas visuais, auditivos, táteis e proprioceptivos.
· Problemas de equilíbrio.
· Problemas de hipotonia muscular.
· Problemas respiratórios e circulatórios.
· Diabetes e obesidade.
· Problemas ligamentares.
Obs.: alguns cuidados devem ser observados quando se trabalha atividades físicas, motoras e esportes com pessoas que apresentam instabilidade ou flexibilidade excessiva. No caso das pessoas com síndrome de Down, atenção especial deve ser dada para a presença, ou não, de instabilidade atlanto-axial (região cervical), o que restringirá os exercícios que provocam pressão sobre o pescoço.
PROCEDIMENTOS BÁSICOS DE AJUDA E ENCAMINHAMENTO
A primeira coisa a ser feita caso desconfie-se de que uma criança tem deficiência intelectual, é analisar em que aspecto aquela criança está sendo diferente das outras. Levar essas dúvidas ao médico que vem acompanhando a evolução da criança ou algum recurso da saúde na região. Se houver condições locais, deve-se realizar exames especializados para se tentar chegar a um diagnóstico. Este é importante, pois, se tratar de causa hereditária, por exemplo, deve-se realizar a orientação familiar para prevenir o nascimento de outras crianças com o mesmo problema naquela família. Se o problema for detectado na 1ª infância, deve-se iniciar um atendimento em Estimulação Global, orientando-se a mãe ou a pessoa que cuida da criança, quanto a posições, atividades, e brincadeiras que ela poderá realizar para ajudá-la a superar suas dificuldades.
Se o problema for percebido na fase escolar, a criança deverá receber um atendimento em classe especial ou frequentar uma escola comum com poucos alunos na classe, onde ela possa receber uma atenção mais individualizada especializada.
Características dos domínios intelectual, social, emocional e motor da pessoa com deficiência intelectual e implicações pedagógicas para a Educação Física.
Características nos domínios Implicações Pedagógicas
Intelectual Intelectual
Sem lógica e sem abstração Utilizar exemplos concretos
Social Social
Interação relativamente normal Garantir participação de todos (individual
ou em grupo), propiciar tomada de
decisões, assumir papéis de liderança,
ganhar e perder, respeitar regras
Emocional Emocional
Instabilidade, insegurança Adequar desafios, ajudar a superar dificuldades
devido a superproteção ou rejei- (promover o sucesso,autoconfiança)
ção )
Motor Motor
Atraso no desenvolvimento; Conhecer o nível de desenvolvimento,
aceitar o nível de execução, não
subestimar
EDUCAÇÃO FÍSICA E DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
(extraído de Pedrinelli, V.J. Apostila do Curso de Extenção Universitária em Educação Física Adaptada. São Paulo, USO 1991.
Sob o ponto de vista motor a pessoa com deficiência intelectuall apresenta lentidão para o desenvolvimento de padrões motores e habilidades motoras. Estudos de aprendizagem motora (DUMER, 1985; PORRETTA, 1982; 1985) têm evidenciado a dificuldade de crianças com deficiência intelectual leve e moderada em apresentarem desempenho estável, ou um bom desempenho em novas habilidades após a prática de uma determinada tarefa. Há indicativos de que o processamento de informação é ineficiente, especialmente quanto à organização, armazenamento, e recuperação de informações adquiridas em experiências passadas (PEDRINELLI, 1989). Embora existam fatores limitantes quanto a aprendizagem e desenvolvimento motor, é frequente se observar que pessoas com deficiência intelectual atingem bons níveis de desempenho motor em diversas habilidades motoras. É preciso estimulá-las e oferecer oportunidade para o seu adequado desenvolvimento (ROSADAS, 1989; SEAMAN & DePAU, 1982; WICKSTROM,1983).
Algumas implicações pedagógicas a serem consideradas na relação do professor e o aluno com deficiência intelectual:
1. Progredir lentamente, oferecendo primeiramente atividades familiares.
2. Introduzir atividades novas ou não-familiares na primeira parte da aula.
3. Comunicação: modulação da voz; clareza e concisão; meios alternativos; posicionamento usa de exemplos concretos e associação e interesse dos alunos.
4. Estar ciente do nível de atenção e interesse dos alunos.
5. Apresentar aos alunos metas que estejam no nível de desenvolvimento a fim de que possam ser alcançadas.
6. Basear as novas experiências em movimentos previamente aprendidos.
7. Enfatizar a terminologia das atividades.
8. Elogiar as tentativas e reforçar o bom desempenho.
9. Incluir estrutura e rotina na aula.
10. Oferecer experiências que permitam cada aluno a participar.
11. Oferecer oportunidades de tomadas de decisão e ações independentes.
12. Oferecer oportunidade para melhorar a adaptabilidade emocional, mudando sistematicamente e lentamente a estrutura da aula.
13. Utilizar demonstrações (do professor ou dos alunos).
14. Estabelecer regras e limites.
CONTATO COM AS PESSOAS DEFICIÊNTES – MAIS ALGUMAS SUGESTÕES.
Muitas pessoas que não são deficientes ficam confusas quando encontram uma pessoa com deficiência.
Isso é natural. Todos nós podemos nos sentir desconfortáveis diante do “diferente”. Esse desconforto diminui e pode até mesmo desaparecer quando existem outras oportunidades de convivência entre pessoas deficientes e não-deficiêntes. Não faça de conta que a deficiência não existe. Se você se relacionar com uma pessoa deficiente como se ela não tivesse uma deficiência, você pode ignorar uma característica muito importante dela. Dessa forma, você não estará se relacionando com ela, mas com outra pessoa, uma que você inventou que não é real.
· Aceite a deficiência. Ela existe e você precisa levá-la na sua devida consideração.
· As pessoas com deficiência tem o direito, podem e querem tomar suas próprias decisões e assumir a responsabilidade por suas escolhas.
· Ter uma deficiência não faz com que uma pessoa seja melhor ou pior do que uma pessoa não deficiente.
· Provavelmente, por causa da deficiência, essa pessoa pode ter dificuldade para realizar algumas atividades e, por outro lado, poderá ter extrema habilidade para fazer outras coisas. Exatamente como todo mundo.
· A maioria das pessoas com deficiência e como ela transforma a realização de algumas tarefas. Mais, se você tem não tem muita intimidade com a pessoa, evite fazer perguntas muito íntimas.
· Quando quiser alguma informação de uma pessoa deficiente, dirija-se diretamente a ela e não a seus acompanhantes ou intérpretes.
· Sempre que quiser ajudar, ofereça ajuda. Sempre espere sua oferta ser aceita, antes de ajudar. Sempre pergunte a forma mais adequada para fazê-lo.
· Mas não se ofenda se seu oferecimento for recusado. Pois nem sempre as pessoas com deficiência precisam de auxilio. Às vezes, uma determinada atividade pode ser melhor desenvolvida sem assistência.
· Se você não se sentir confortável ou seguro para fazer alguma coisa solicitada por uma pessoa deficiente, sinta-se livre para recusar. Neste caso, seria conveniente procurar outra pessoa que possa ajudar.
· As pessoas com deficiência são pessoas como você. Tem os mesmos direitos, sentimentos, e os mesmos sonhos.
· Você não deve ter receio de fazer ou dizer alguma coisa errada. Aja com naturalidade e tudo vai dar certo.
· Se ocorrer alguma situação embaraçosa, uma boa dose de delicadeza, sinceridade e bom humor nunca falha.
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Por Silvia Costa Andreossi
Abraço a todos
Prof. Raynner Barbalho
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