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Montagem de programas de emagrecimento e treinamento para populações especiais (Obesidade)


 MONTAGEM DE PROGRAMAS DE EMAGRECIMENTO E TREINAMENTO PARA POPULAÇÕES ESPECIAIS

Por outrolado, omecanismo de ação dotreinamento de força, considerando o consumo extra de oxigênio pós-exercício(excessof post-exerciseoxygenconsuption– EPOC)na perda de peso corporal, encontra-se no princípio da atividade de alta intensidade, na qual há maior ativação do sistema nervoso simpático, aumentando, assim, o metabolismo lipídico de repouso, mudando o substrato energético, que durante o exercício éoglicogênio(THORNTON; POTTEIGER, 2002). Segundo Melby e colaboradores(1998), o TFpode causar maior impacto sobre o EPOC,durante o período de recuperação,devido a um componente curto relacionado com a restauração dosestoques deenergia(ATP)e fosfocreatina(PCr), ao restabelecimento do estoque de oxigênio sanguíneo e muscular, aos danos teciduais, ao aumento da frequência cardíaca e temperatura, à remoção de lactato e à alta atividade do sistema nervoso simpático. Dessa forma, o presente trabalho visa, através de uma breve revisão de literatura, estabelecer relações positivas entre o treinamento de força e seus efeitos sobrea redução do índice de gordura corporal e controle da obesidade, considerando sua relevância enquanto um dos principais problemas de saúde pública que aflige o mundo. 



Obesidade 

O período após 1945 caracterizou-se como um importante período para o fortalecimento do capitalismo, marcado pela criação de novos mercados e repetidos ganhos de produtividade industrial. 

Neste período, a prioridade era o atendimento ao mercado consumidor em ascensão com produtos padronizados produzidos em grandes quantidades, garantindo ganhos em escala e redução de custos(BELIK; GALEAZZI, 1996 apud MENDONÇA; DOS ANJOS,2004). 

 Nesta época, principalmente na Europa Ocidental e América do Norte, verificou-se uma ampliação na produção industrial de bens de consumo duráveis (automóveis e eletrodomésticos, tais como carros, geladeiras e televisores) e pelo aumento acelerado do setor de serviços, além de um período de expansão do espaço urbano(BRUM, 1986apud MENDONÇA; DOS ANJOS,2004).

Com o advento de novas tecnologias e ascensão do mercado ocorreu, de forma simultânea, o avanço no consumo alimentar, viabilizado pela grande demanda de alimentos disponíveis para o, então novo, mercado consumidor. 

A mecanização do campo proporcionou grandes avanços no que diz respeito ao acumulo de alimentos no mundo, e o fortalecimento do agronegócio favoreceu os processos de produção em massa(BELIK; GALEAZZI, 1996apud MENDONÇA; DOS ANJOS,2004). Atrelado a essa grande demanda e disponibilidade de alimentos, a vida tecnológica tem levado o Homem a um processo de sedentarismo, caracterizados pela diminuição de suas atribuições corporais e as mudanças em suas atividades diárias.

 Essa desaceleração do ritmo físico, junto a uma grande disponibilidade de alimentos no mercado, tem levado as populações do mundo a consumirem mais calorias do que se consegue gastar em suas atividades, gerando um aumento no acumulo de gordura corporal e, consequentemente, levando grande parte da população a um quadro patológico mais grave, a obesidade. 

No Brasil, entre 1974 e 1989, a proporção de pessoas diagnosticadas como acima do peso aumentou de 21para32%, caracterizando um aumento preocupante (COITINHO et al., 1991apud GIGANTE, 1997). No que diz respeito às regiões do país, o Sul apresentava nos maiores índices de obesidade, com números semelhantes, e até mesmo superiores, a países desenvolvidos. 

O crescimento da ocorrência de obesidade nesse período, em relação ao sexo, dobrou entre os homens (de 2,4% para 4,8%), enquanto que entre as mulheres o aumento da obesidade também foi significativo (7% para 12%). As causas da maior frequência de obesidade entre as mulheres são ainda desconhecidas(GIGANTE et al., 1997). 

Basicamente, a obesidade pode ser definida como uma doença caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, consequência de um balanço energético positivo e que acarreta repercussões negativas à saúde(WHO, 2003)com perda importante não só na qualidade de vida, mas também em sua longevidade(FONTAINE et al., 2003). 

Os aspectos mais relevantes, relacionados a um quadro de balanço energético positivo, ainda são as mudanças no consumo alimentar, com aumento do fornecimento de energia pela dieta, e a redução das atividades físicas, configurando o que poderia ser chamado de estilo de vida ocidental contemporâneo(DIEZ GARCIA, 1997; KUMANYIKA, 2001; MENDONÇA; DOS ANJOS, 2004).

 Considerando a obesidade, e seus fatores ligados a alterações na dieta alimentar, pode-se destacar que o aumento da ingestão calórica tem sua decorrência tanto na elevação do consumo de alimentos, quanto pela ingestão de alimentos considerados de alto valor calórico, ou ainda, pela combinação dos dois. O processo de industrialização dos alimentos tem sido apontado como um dos principais responsáveis pelo aumento calórico da dieta na maior parte das populações ocidentais (BLEIL, 1998; FISCHLER, 1995; FRENCH; STORY; JEFFERY, 2001 apud MENDONÇA; DOS ANJOS, 2004).


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