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Docência e as tecnologias da informação e comunicação (TICs) no ensino superior


DOCÊNCIA E AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICs) NO ENSINO SUPERIOR 

A Docência no Ensino Superior e as Tecnologias da Informação e Comunicação

A definição de tecnologia da informação abrange uma gama de produtos de hardware e software capazes de coletar, armazenar, processar e acessar números e imagens para o controle de equipamentos e processos de trabalho e para conectar pessoas, funções e escritórios tanto dentro das organizações quanto entre elas (ROSINI, 2007, p.27).


Dentro do universo educacional, a tecnologia da informação é uma poderosa ferramenta de controle que permite monitorar e registrar muitos aspectos do comportamento e desempenho dos alunos. Na modalidade de ensino a distância a tecnologia tem papel facilitador no desenvolvimento das atividades e na comunicação entre aluno-aluno e professor-aluno. 

Desta forma, o antigo processo manual sai de cena para a entrada de atividades interativas em ambientes virtuais. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) começaram a adentrar no ensino e na aprendizagem sem uma real integração às atividades de sala de aula, mas sim como uma atividade adicional, como um projeto extraclasse desenvolvidos com a orientação de professores de sala de aula e apoiados por professores encarregados dos laboratórios de informática. 

Tais atividades levaram à compreensão de que o uso das TICs na escola, principalmente com o acesso à internet, contribui para expandir o acesso à informação atualizada, permite estabelecer novas relações com o saber que ultrapassam os limites dos materiais instrucionais tradicionais, favorece a criação de comunidades colaborativas que privilegiam a comunicação e permite eliminar os muros que separam a instituição da sociedade (ALMEIDA, 2003). Portanto, segundo Rosini (2007, p.47):


Com a presença das novas tecnologias do conhecimento, o tratamento da informação abre as portas para um ciberespaço que interconecta virtualmente todas as mensagens digitais, multiplicando a emissão e a captação da informação, facilitando as interações em tempo real por parte do indivíduo. 


 O uso de tecnologias de informação e comunicação e de metodologias oriundas da experiência e do conhecimento produzido no campo EAD aparece como a melhor solução para tornar mais eficientes e produtivos os sistemas de ensino convencionais em todos os níveis. 

Todavia a adequação dos sistemas educacionais às novas exigências e formas de operacionalização das tendências passará por mudanças radicais, tanto no que se refere às estruturas quanto no que diz respeito às mentalidades e concepções (BELLONI, 2009). As novas tecnologias aplicadas à educação assumem papel cada vez mais importante no processo de consolidação desta nova modalidade de educação. 

Os novos mecanismos permitem maior interatividade tornando Educação a Distância (EaD) uma realidade. Desta forma, entende-se que as tecnologias são o elo entre esses dois personagens do processo educacional. Através da ação e reação do aluno e professor, por meio dos diversos mecanismos que os aproximam, é construído este novo cidadão mais politizado, mais culto, capaz de discutir e argumentar sobre os temas que escolheu aprofundar os seus conhecimentos. 

As instituições de ensino devem entender que a qualidade da Educação a Distância está atrelada a um programa permanente de capacitação profissional docente e o professor precisa estar ciente de que ele é um articulador do conhecimento. A questão da inovação em educação remete a necessária redefinição da formação de professores na perspectiva de uma formação profissional mais adequada às mudanças globais da sociedade contemporânea. 

A formação dos formadores deve levar em consideração a inovação, todo o pessoal docente deve aceitar evoluir. A formação dos alunos não foge desta tendência, como o restante da sociedade, o aluno deve adquirir autonomia suficiente, capacidade de aprender, que lhe permita continuar sua própria formação ao longo da vida profissional (BELLONI, 2009). Segundo Belloni (2009, p. 79):

Diretamente relacionada com as inovações tecnológicas, com as novas demandas sociais e com as novas exigências de um aprendente mais autônomo, uma das questões centrais na análise da EAD, e talvez a mais polêmica, refere-se ao papel do professor nesta modalidade de ensino, chamado a desempenhar múltiplas funções, para muitas das quais não se sente, e não foi, preparado.


A consolidação da EAD exige que os professores, pesquisadores e alunos estejam atentos as mudanças e as melhorias que rapidamente são implementadas. Por ser uma modalidade que necessita de modelos de interação e interatividade bem elaborados, chamados de ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), utiliza a tecnologia como ferramenta principal para esta mediação. Segundo Almeida (2003, p.118):


Ambientes virtuais de aprendizagem são sistemas computacionais geralmente via internet, destinados ao suporte de atividades mediadas pelas TICs e por um professor-orientador. Permite integrar múltiplas mídias e recursos, apresentar informações de maneira organizada, desenvolver interações entre pessoas e objetos de conhecimento, elaborar e socializar produções.


Os recursos dos ambientes virtuais de aprendizagem são basicamente os mesmos existentes na internet, como: correio, fórum, bate-papo, conferência etc. Esses ambientes têm a vantagem de propiciar a gestão da informação segundo critérios preestabelecidos de organização, definidos de acordo com as características de cada software. 

O AVA permite aos participantes fornecer:
- Informações,
- Trocar experiências,
- Discutir problemáticas e temas de interesses comuns,
- Desenvolver atividades colaborativas para compreender seus problemas e buscar alternativas de solução (ALMEIDA, 2003). 

 O papel do educador do século XXI será crucial, pois a ele caberá a tarefa de alterar a si próprio, seu próprio comportamento, uma vez que vem de uma cultura totalizadora em termos de aprendizado. Logo, seu papel não mais será o de apenas informar ou formar, mas também, e sobretudo, o de incentivar seus alunos a obter uma aprendizagem mais participativa e evolutiva. Neste contexto, o professor é incentivado a tornar-se um instigador da inteligência coletiva de seus alunos em vez de um fornecedor direto de conhecimentos (ROSINI, 2007). 

O professor ou tutor, como é denominado na EAD, é o responsável por estimular o aluno. A EAD exige do aluno auto estudo, disciplina, autonomia e independência no processo de aprendizagem, pois existe uma lacuna do espaço que deve ser preenchida com a utilização de tecnologias de informação e comunicação (TIC). 

As TICs são, hoje, imprescindíveis para do desenvolvimento da prática escolar. As novas tecnologias de ensino e aprendizagem são peça-chave no processo educacional a distância e o corpo docente deve estar preparado para lidar com essa dinâmica diferente de se comunicar e ensinar sem a presença do aluno no mesmo tempo e espaço. O ensino presencial e a distância possuem muitas diferenças e este professor deve estar ciente destas peculiaridades para que sua participação no processo seja efetiva e produtiva.





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Raynner

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