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Lesões na musculação e seus tipos

 LESÕES NA MUSCULAÇÃO 

O tecido muscular esquelético possui a maior massa do corpo humano, com 45% do peso total. As lesões musculares podem ser causadas por contusões, estiramentos ou lacerações. A atual classificação separa as lesões entre leve, moderada e grave. Os sinais e sintomas das lesões grau I são edema e desconforto; grau II, perda de função, gap e equimose eventual; grau III, rotura completa, dor intensa e hematoma extenso. O diagnóstico pode ser confirmado por: ultrassom - dinâmico, barato, porém examinador dependente; tomografia ou ressonância magnética - maior definição anatômica, porém estático. A fase inicial do tratamento se resume ao protocolo PRICE. AINH, ultrassom terapêutico, fortalecimento e alongamento após a fase inicial e amplitudes de movimento sem dor são utilizados no tratamento clínico. Já o cirúrgico possui indicações precisas: drenagem do hematoma, reinserção e reforço musculotendíneos. 

 O diagnóstico da lesão muscular inicia-se com uma história clínica detalhada do trauma, seguida por um exame físico com a inspeção e palpação dos músculos envolvidos, assim como os testes de função com e sem resistência externa. Já as lesões ocasionadas no esporte, não são adquiridas somente por atletas profissionais, nem somente por atletas amadores, ou até mesmo só por quem pratica exercícios por lazer. É algo que faz parte de todos os níveis de pessoas que praticam alguma atividade física ou executam tarefas cotidianas. Sem o conhecimento da atividade que a pessoa está praticando, ou sem o acompanhamento de um profissional da área, o risco é constante. 

Para Homsi (2007) e Gonçalves e Mantellini (2005), atualmente muito se fala sobre as lesões musculares de atletas de alto nível, ou então de profissionais e amadores que correm sem uma equipe de apoio, formada por fisioterapeutas e médicos que possam orientar o atleta no caso de contusão. Mas, dentro desse quadro, a pior situação é do atleta de fim de semana, já que ele deve tomar mais cuidado, porque a falta de treinamento o expõe a lesões ainda mais complicadas. Homsi (2007) ainda afirma que os atletas de fim de semana, geralmente adquirem luxações, tendinites, contusões, entorses, distensões musculares, rupturas de tendões e ligamentos e, até mesmo, fraturas. Reeves et al. apud Almeida, (2003, p.56), dizem que como fatores contribuintes a essas lesões, observa-se principalmente: técnica incorreta, falta de supervisão, imaturidade esquelética e abuso de esteróides. É nesse sentido que se observa a necessidade de profissionais especializados na área, os quais prescrevem exercícios adequados ao praticante, supervisionam a execução desses exercícios e passam informações sobre suplementos e esteróides anabolizantes, deixando os praticantes evoluírem no seu tempo certo, sem utilização de substâncias para acelerarem seus resultados.


TIPOS DE LESÕES 

 Subdividiram-se os tópicos conforme a estrutura afetada na lesão, abordando as lesões que são mais comuns de acontecer na prática da musculação, destacando as lesões musculares, articulares, ligamentares e tendinosas. 

- Lesões Musculares 

As lesões musculares ocorrem com grande frequência nas academias de musculação. Pensa-se em academia, como um local para melhorar saúde, fortalecer a musculatura, recuperar lesões. No entanto, não é isso que se vê muitas vezes, devido à ansiedade dos praticantes em obter resultados. A academia que deveria ser um lugar para recuperar lesões acaba, muitas vezes, gerando lesões. Há vários tipos de lesões musculares e pode se citar: as distensões, os estiramentos e as contraturas. Tudo depende de como foi feito o exercício para a lesão ser adquirida.



De acordo com Silva (1998, p. 74), a distensão é o grau menos grave entre as lesões. O quadro clínico apresenta dor, porem não há impotência funcional. O músculo se encontra dolorido em toda sua extensão, não há um ponto localizado de maior intensidade. Caso haja insistência em continuar a atividade, haverá uma diminuição da eficiência mecânica provocada pela dor, podendo inclusive conduzir ao agravamento da lesão.


Essas lesões podem ocorrer devido à falta de aquecimento, ou pouco aquecimento, contrações musculares rápidas durante os exercícios, perda de equilíbrio, principalmente durante exercícios livres com halteres ou barras, ou até mesmo, movimentos incorretos. Tudo isso, pode ajudar na obtenção de lesões musculares. Estiramento é uma lesão mais grave do que a distensão. Ainda de acordo com Silva (1988, p. 75), “pode ocorrer o rompimento de algumas poucas fibras, acompanhado de dor intensa, ou podem ocorrer rupturas maiores, muitas vezes, impedindo a movimentação de todo o membro afetado”. Neto (2010, s.p.), afirma que “o estiramento muscular é uma lesão indireta frequente entre os corredores. É causado por um alongamento das fibras musculares além de sua capacidade normal de trabalho e ocorre geralmente na junção músculo-tendínea”. Pensa-se que quando a lesão é de baixo grau, com pouca dor, não há problema em continuar com a atividade. Deve-se pensar que se há dor, algo de errado está acontecendo e a atividade não deve ser mantida, pois a lesão tenderá em se agravar. Deve-se se pensar também em não anestesiar apenas as dores, mas sim em recuperar as lesões (fortalecimento muscular, fisioterapia, avaliações médicas, entre outras terapias) para voltar aos treinamentos com mais segurança.

 Lesões Articulares

 As entorses são lesões articulares muito comuns de acontecer, tanto em atividades físicas, como por exemplo, a musculação, como em atividades esportivas, como por exemplo, futebol, voleibol, basquetebol, entre muitas outras modalidades. Segundo Silva (1998, p. 56) “uma entorse ocorre quando uma articulação é forçada a realizar um movimento que extrapola as suas capacidades fisiológicas”.


 De acordo com essa definição de entorse, percebe-se que essa lesão acontece devido a um movimento que a articulação não costuma fazer, como por exemplo, fazer movimentos de adução e abdução com a articulação do cotovelo, que apenas realiza flexão e extensão. Deve-se tomar muito cuidado com esse tipo de lesão. Dependendo da violência e da força as quais forem submetidas, algumas ou todas as estruturas componentes da articulação podem ser danificadas. Tem se como exemplos das estruturas que podem ser danificadas ou rompidas, os ligamentos, músculos e vasos sanguíneos, tornando-se lesões gravíssimas, podendo ser até piores do que uma fratura.

Meneses, (1983, p. 47), afirma que “entorse é o estiramento do aparelho neuro ligamentar de uma articulação, sem perda de contato entre as superfícies articulares, com extravasamento de sangue e/ou linfa dos vasos lesados”. Existem também, as luxações. De acordo com Meneses (1983, p. 47), “luxação é uma rotura ou superdistensão exagerada da cápsula articular, provocando perda de contato entre as superfícies articulares”. Há vários tipos de luxação: subluxação, luxação completa e luxação exposta. Baseando-se nas afirmações de Meneses, (1983), uma subluxação é quando ainda existe algum contato entre as superfícies articulares e os ligamentos não foram rompidos, apenas distendidos. Denomina-se luxação completa quando os ligamentos romperam-se e não há mais contato entre as superfícies articulares. Por fim, luxação exposta é aquela que acabou causando um ferimento, gerando um contato da articulação com o meio externo. Percebe-se quão grave é esse tipo de lesão para a musculação. Com uma experiência na modalidade, observa-se que luxações acontecem muito, principalmente na articulação do ombro, que é a mais recrutada nos exercícios. Basta a realização de movimentos amplos e incorretos com a utilização de grandes cargas que o risco aumenta.

 Lesões Ligamentares 

 
As lesões ligamentares acontecem em grande proporção em praticantes de musculação e são consideradas lesões agudas, ou seja, lesões traumáticas súbitas e intensas que ocorrem imediatamente (ou em algumas horas) e provocam dor. A maioria das dores agudas resulta de alguma espécie de impacto ou trauma como uma queda, uma entorse ou uma colisão, sendo bastante óbvia a causa da lesão. Um exemplo de lesões ligamentares geradas por entorses. 




Lesões Tendinosas 

 
Existem diversas lesões de caráter crônico que podem acontecer em praticantes de musculação devido a inflamações não tratadas. Tendinite, tenossinovite, sinovite e bursite são algumas que podem ocorrer. Há diferenças entre cada uma delas, as quais serão citadas no decorrer do estudo, porém, dar-se-á ênfase a mais comum, que é a tendinite. De acordo com Deliberato (2007, p. 252), “tenossinovite é uma inflamação da bainha sinovial que envolve o tendão. Se for acompanhada de espessamento da bainha é denominada tenovaginite. 

Sinovite é uma inflamação da membrana sinovial, ocasionando um excesso de fluido intra-articular, geralmente devido a trauma ou doença”. Bursite é a inflamação da bursa, pequena bolsa contendo líquido que envolve as articulações e funciona como amortecedor entre ossos, tendões e tecidos musculares. A bursite ocorre principalmente nos ombros, cotovelos e joelhos (Varella, s.d.). A tendinite, lesão mais comum entre as lesões de caráter inflamatório, é considerada crônica e ocorre pela execução incorreta dos exercícios de musculação. 

Deliberato (2007, p. 252), afirma que “tendinite é uma distensão ou laceração do tendão com ruptura vascular e resposta inflamatória associada”.



REFERÊNCIAS 

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