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Lesões na articulação do ombro


 LESÕES NA ARTICULAÇÃO DO OMBRO As lesões são fatos que podem ocorrer no dia-a-dia de qualquer pessoa, uns com maior freqüência, outros com maior gravidade, mais ninguém é poupado da dor. Frontera et al. (2001) atenta para o fato de que todas as doenças articulares possuem fatores intrínsecos como rigidez, dor, deformidade articular, contratura nos tecidos moles, atrofia muscular, falta de condicionamento físico generalizado e a diminuição da função, fatores esses que podem levar a perda de força.

 Muitas lesões possuem uma causa mecânica, que influencia inclusive em seu grau. Segundo Whiting e Zernicke (1998), lesão é o dano causado por trauma físico. Uma lesão significativa no ombro pode encerrar uma carreira esportiva de um atleta, tornar necessária uma mudança de profissão de um trabalhador ou até dificultar as tarefas mais simples do cotidiano de um indivíduo. Quanto mais novo um indivíduo, mais rápido seu organismo se recupera de uma lesão, mais é claro que se deve levar em conta que tenha um tratamento sério e efetivo no período de recuperação. Segundo Silva (2002), também existem lesões que possuem causas extrínsecas que, apesar de acometer regiões afastadas do ombro, podem produzir sintomas que são percebidos pelos pacientes como estando neles localizadas. A procura por essas doenças, que constituem o grupo das chamadas doenças extrínsecas de sintomas do ombro, representa uma parte importante do exame de rotina, como por exemplo: artrose cervical, hérnia de disco, neurite do plexo, infarto colecistite, pancreatite dentre outras. 

Outras, podem ser localizadas em vísceras, cujos estímulos dolorosos são conduzidos pelo nervo frênico, formado por fibras originárias das raízes C3, C4 e C5, as mesmas que inervam partes das estruturas do ombro. Todas podem produzir sintomas confundíveis com os causados pelas doenças localizadas no ombro. Uma das lesões que atinge a articulação do ombro é a lesão acromioclavicular, em que as forças aplicadas tendem a separar o acrômio da extremidade distal da clavícula. Ela é muito confundida com luxação do ombro, o que é um erro, sendo que o correto é ser denominada por separação do ombro. Segundo Whiting e Zernicke (1998), quando um indivíduo sofre um impacto que projete o acrômio inferiormente à clavícula e não sofre uma fratura, a força faz com que a lesão progrida de ligeira para moderada distensão do ligamento acrômio clavicular com acometimento do ligamento coracoclavicular para luxação acrômio clavicular completa com laceração das inserções claviculares dos músculos deltóide e trapézio e ruptura completa do ligamento coracoclavicular. Ela pode acontecer também quando uma força é transmitida pelo braço pelo úmero e chega até o acrômio, causando uma separação entre o acrômio e a clavícula. O ombro possui muita mobilidade, mais isso faz com que também tenha pouca estabilidade. 

Por ter a fossa glenóidea com pouca profundidade e área de contato limitada com o úmero, a articulação glenoumeral se torna uma articulação instável. Esta articulação também possui uma congruência óssea precária e uma limitada musculatura de apoio, o que também é fator da causa de instabilidade. Esses fatores diminuem a capacidade dela em resistir a luxações. A articulação do corpo mais comumente sofre luxações é a glenoumeral. A luxação de uma articulação ocorre quando as superfícies articulares ficam completamente separadas umas das outras, levando danos às estruturas articulares envolvidas como rompimento parcial ou total dos ligamentos, estiramento da musculatura e traumas na cápsula e cartilagem articulares.


A articulação acrômio-clavicular liga a porção mais lateral da clavícula ao acrômio, que é recoberta por uma cápsula e também possui ligamentos que são responsáveis em manter sua estabilidade. O rompimento desses ligamentos juntamente com sua cápsula articular ocasiona tal lesão citada anteriormente, ou seja, a luxação do ombro ou da articulação acrômio-clavicular. Segundo Kendall at al. (2007), um indivíduo também pode sentir dor no ombro resultante da tração da junta do ombro decorrente da perda de tônus e do mau alinhamento da junta, consumando uma subluxação do ombro. A causa pode ser paresia secundária a um acidente vascular cerebral, trauma do plexo braquial ou lesão do nervo axilar. De acordo com a intensidade de uma lesão no ombro, pode ocorrer apenas um estiramento dos ligamentos e cápsula, uma lesão parcial dos ligamentos, ou até a uma lesão completa de todos os ligamentos e cápsula. No momento da lesão de alguma luxação traumática, sente-se uma dor muito forte que é superior a de uma fratura, dando realmente uma sensação de ruptura e perdendo a capacidade de movimentação do membro lesionado. 

Uma deformidade pode parecer bem clara em uma luxação, pois pode modificar o contorno dela, mais também pode haver casos em que ela não fique tão clara assim, podendo ter até uma fratura associada dificultando seu diagnóstico e percepção. Dependendo do grau da lesão, o indivíduo pode até perder a movimentação do membro. A grande participação dos membros superiores nos exercícios de musculação traz uma grande incidência de lesões no ombro, mais especificamente a Síndrome do Impacto do Ombro (SIO), o que impossibilita os indivíduos que possuem tal lesão de realizar as tarefas e atividades da vida cotidiana, do trabalho e também de atividades de lazer e desportos. 

A SIO consiste em um processo inflamatório causado por um trauma ou excesso de movimentos com o ombro em abdução maior que 90 graus, levando a uma degeneração das estruturas supra-umerais devido ao atrito contra a superfície do acrômio e do ligamento coracoacromial, que formam o arco coracoacromial, o qual se caracteriza por dor e limitação da amplitude articular (ANDREWNS, HARRELSON e WILK, 2000). Essa patologia que também é conhecida por Síndrome do Pinçamento, que caracteriza-se por uma dor na face ântero-lateral do ombro, podendo acometer diversas faixas etárias, em indivíduos que praticam atividades que solicitam o uso dos membros superiores. 

Segundo Volpon e Muniz (1997), a Síndrome do Pinçamento é uma tendinopatia que comprime o tendão (por isso, também é chamada de Síndrome do Impacto) do músculo supra-espinhoso, do infra-espinhoso ou cabeça longa do bíceps braquial no arco córaco-acromial, provocada pela elevação excessiva do braço acima de um ângulo da linha do ombro. O termo impigment inicialmente descrito por Neer (1972) tem sido utilizado como Síndrome do Pinçamento ou Síndrome da Colisão Posterior, para designar a mesma patologia. Neer (1972) classificou o aparecimento desta patologia em 3 fases: Fase I: ocorre edema e hemorragia local, Fase II: ocorre presença de tendinite e fibrose, Fase III: ocorre formação de osteófito e ruptura do tendão do supra-espinhoso ou do cabo longo do bíceps. Após os 40 anos de idade, as dores nos ombros aumentam por uma conseqüência natural, o envelhecimento biológico. Algumas pessoas convivem bem com o problema, suportam a dor e convivem bem com o problema e outras não. 

Quando o ombro é exposto a uma situação de constante elevação, como nadadores, tenistas, golfistas, empregadas domésticas, professores que escrevem muito na lousa, carregadores, dentre outros, ele ter esse envelhecimento mais rápido, o que não isenta quem pratica pouca atividade física para os ombros de poder ter lesões no futuro. Tendo como base esses dados, tem-se a necessidade de uma maior visualização acerca das lesões desta articulação, que compreende vários movimentos, como por exemplo, todos dos membros superiores, responsáveis por inúmeras atividades cotidianas dos indivíduos, práticas de esportes, prática de musculação em academias, dentre vários outros.   


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Raynner

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