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Sintomas e Prevenção de Over training

 


Sintomas e Prevenção de Over training

A relação inadequada entre volume e intensidade de treinamento, que reflete outro princípio do treinamento, o da interdependência volume x intensidade, junto com períodos inadequados de recuperação entre estímulos de treino e competição pode provocar o fenômeno conhecido como overtraining. 

Este fenômeno pode ser refletido por alguns sintomas como fadiga crônica, perda de apetite, diminuição da performance, aumento da frequência cardíaca de repouso, infecções frequentes, distúrbios do sono, dentre outros. Uma das formas de controlar as cargas de treinamento e prevenir a síndrome do over training é através da relação testosterona/cortisol. 

A testosterona é um hormônio esteroide anabólico relacionado aos processos de anabolismo, já o cortisol é um glicocorticoide que tem função hiperglicemiante e está intimamente relacionado aos processos de catabolismo. Portanto, a razão entre as concentrações sanguíneas de testosterona e cortisol pode servir como indicador da relação anabólica/catabólica do praticante46 . Em estudo de Vervoorn et al.47, estes encontraram durante um período de treinamento em remadores fundistas uma diminuição na relação testosterona/cortisol na condição de repouso maior que 30%, o que demonstrou recuperação incompleta entre as sessões de treinamento destes atletas. 

Quando a relação testosterona/cortisol chega nestes níveis, é necessário que o técnico e o preparador físico reestruturem os períodos de treinamento e permitam um maior período de recuperação entre treinos, e ainda que se atende para a relação volume x intensidade. É necessário um cuidado especial no momento da coleta das amostras sanguíneas, dado que as concentrações de cortisol circulante no sangue são maiores no início da manhã, visto que respondem ao ciclo circadiano. Por este motivo é aconselhado que as coletas sanguíneas sejam realizadas entre 9 e 10 horas da manhã48 . Segundo Gleeson46, alguns marcadores bioquímicos da síndrome do overtraining, além dos hormônios, incluem a glutamina plasmática, que são encontradas em níveis abaixo do normal quando atletas estão com sintomas de overtraining, a creatina quinase plasmática, uréia plasmática (advindo da degradação da proteína muscular)49, lactato sanguíneo, dentre outros. 

Conclui-se através desta revisão de literatura acerca das metodologias do treinamento esportivo e da avaliação funcional de atletas de alta performance, que existe uma lacuna entre a ciência do treinamento esportivo e a fisiologia do esporte, e que a união destas é necessária para o melhor entendimento dos fatores intervenientes na performance desportiva, e na escolha adequada dos meios e métodos de avaliação funcional do atleta e do planejamento das etapas do macro ciclo. E ainda, que há métodos específicos para aprimorar determinadas capacidades físicas, de acordo com os objetivos traçados no início do planejamento e baseado nos resultados das avaliações funcionais.

 Ressalta-se a importância de o treinamento e as avaliações serem sempre o mais próximas da realidade do desporto, respeitando assim o princípio da especificidade, e que a prescrição do treinamento seja feita baseada em resultados de testes fisiológicos individuais, respeitando desta forma o princípio da individualidade biológica. Além disto, recomenda-se a rotineira avaliação de parâmetros bioquímicos que podem inferir um possível estado de over training, e assim corrigir/reestruturar os ciclos de treinamento dos atletas. Através destes conceitos, quando respeitados e seguidos, acredita-se que os atletas de alto desempenho possam sempre melhorar e/ou manter o desempenho esportivo em altos níveis.  


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Raynner

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