Conceitos da musculação
A musculação pode ser conceituada como a atividade física desenvolvida, predominantemente, através de exercícios analíticos, utilizando resistências progressivas fornecidas por recursos materiais tais como: halteres, barras, anilhas, aglomerados, módulos, extensores, peças lastradas, o próprio corpo e/ou seus segmentos, etc. (GODOY 1994, p. 03). Bittencourt (1984)
propôs cinco diferentes aplicações para a prática da
musculação:
- Competitiva - visa preparar o indivíduo para competições de altos níveis
(levantamento olímpico, levantamento básico e culturismo).
- Profilática - visa educar o individuo sobre a importância de prevenir as anomalias
fisicas e cultivar a saúde.
- Terapêutica- direcionada a fim de corrigir problemas acarretados ao longo da vida,
tais como: desvios de coluna, assimetria da musculatura, etc.
- Estética- dirigida às academias clubes e condomínios.
- Preparação física - auxiliar no desenvolvimento das capacidades físicas necessárias
a prática do desporto - desenvolver as capacidades físicas em busca de uma
melhoria.
Esse autor definiu essas cinco aplicações para a musculação, mas podemos ainda fazer algumas ressalvas e atualiza-las completando suas definições. Concordo com suas definições de aplicação e acho ainda que não existe alguma outra finalidade para a modalidade além dessas já citadas, porém, ele mesmo, Bittencourt (1986), citou mais uma juntamente com a finalidade de estética, a de recreação. No treinamento, nada acontece por acidente, mas sim por planejamento (BOMPA 1996).
Portanto, para se obter os objetivos através da musculação devemos considerar as ciências que irão contribuir para o sucesso da metodologia, obviamente a falta de uma ou algumas poderá acarretará em fracasso. Dentre os conhecimentos científicos envolvidos no treinamento resistido devemos considerar:
1. As variáveis do treinamento;
2. Periodização de forma individual;
3. Princípios básicos do treinamento;
4. As leis básicas do treinamento;
5. Respiração;
6. Alimentação;
7. Recuperação dos macro-nutrientes;
8. Lastro fisiológico e psicológico;
9. Fisiologia;
1 0. Cinesiologia;
11. Biomecânica;
12. Anatomia;
13. Bioquímica;
14. Fisiopatologia postural;
15. Fases do treinamento.
Sendo assim, a musculação deverá ser sempre orientada por um profissional que tenha conhecimento científico e que não aplique somente de forma empírica (Simão et al., 2005). Quando damos a aplicação de recreação para a musculação podemos estar entrando em uma outra área da Educação Física que seria justamente a de Recreação e Lazer e assim confundido termos e conceitos estudados pela mesma e ainda entrando em confronto de conceitos e definições de acordo com os conceitos de recreação e lazer adotados pelo autor.
Por esse motivo prefiro não encaixar a finalidade de recreação para a
musculação. Dessa forma, segundo meu entendimento, as aplicações poderiam ser
explicadas dessa forma:
a) Competitiva - onde se pratica um treinamento a base de exercícios resistidos para que o
aluno se tome um atleta com capacidade para competir e buscar recordes.
b) Profilática- usar da musculação para prevenir desvios e distúrbios e ainda prevenir lesões
músculo·articulares.
c) Terapêutica- reabilitar e corrigir problemas de saúde já existentes.
d) Estética - desenvolver a musculatura através da hipertrofia muscular e deixar os
músculos bem torneados, ganhar tonicidade nos músculos e como forma de manutenção
corporal.
e) Preparação Física - visa preparar fisicamente o aluno/atleta através de treinamentos
resistidos, para que este consiga alcançar seus objetivos finais.
Portanto, a partir de uma conversa com o aluno e depois de realizada uma anamnese para
traçar o perfil do aluno, podemos encaixa-lo em algum desses cinco grupos
de aplicações da musculação e promover um programa ideal de treinamento para
alcançarmos o objetivo que o aluno deseja e ajudar nos possíveis problemas que
apresentou no início do programa.
CONCEITOS DE TREINAMENTO CONTRA RESISTÊNCIA
O treinamento contra resistência é uma das atividades físicas que mais se desenvolve em todo mundo. E utilizado para aprimorar vários aspectos da aptidão física. Treinamento contra resistência é um termo geralmente usado para descrever uma grande variedade de métodos e modalidades que aprimoram a força muscular. Apesar de ser utilizado como sinônimo de "treinamento com pesos", o treinamento contra resistência inclui também as resistências impostas através de hidráulica, elásticos, molas e isometria. Tecnicamente, o treinamento com pesos refere-se ao levantamento de pesos (anilhas, lastros ou placas de pesos) existente em alguns aparelhos ou implementos.
ESPECIFICIDADES
1 ESPECIFICIDADE DA AÇÃO MUSCULAR
O músculo se adapta ao tipo de ação utilizado no treino. O ganho está diretamente relacionado ao sistema nervoso. Atenção aos esportes!!! Treine os músculos para o movimento.
ESPECIFICIDADE DO GRUPO MUSCULAR
Cada grupo muscular que exija ganho de força deve ser treinado. Os exercícios devem ser escolhidos de acordo com o músculo a ser trabalhado.
ESPECIFICIDADE DA FONTE ENERGÉTICA
Qualquer treinamento pode provocar adaptações dos sistemas metabólicos predominantemente utilizado para suprir a energia necessária dos músculos que realizam determinada atividade.
REFERÊNCIAS
FLECK S.; KRAMER, W.J. Fundamentos do treinamento de Força Muscular. 2 ed.
Porto Alegre : Artmed, 1999.
FLECK, S.; SIMÃO, R. Força: princípios metodológicos para o treinamento. Rio de
Janeiro: Phorte, 2008.
HERNANDES JÚNIOR, Benito Daniel Olmos. Musculação: montagem da academia,
gerenciamento de pessoal e prescrição de treinamento. 2. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2000.
133 p.
BOMPA, Tudor O. Periodização: teoria e metodologia do treinamento. 4. ed. Rio de
Janeiro: Phorte, 2002. 423 p.
KRAEMER, W.J.; HÄKKINEN, K. Treinamento de força para o esporte. Porto Alegre:
Artmed, 2004
NOVAES, J.S; VIANNA, J.M. Personal Training & condicionamento físico em
academia. 2ed. Rio de Janeiro: Shape. 2003.
UCHIDA, M.C. Manual de musculação: uma abordagem teórico-prática ao
treinamento de força. Rio de Janeiro: Phorte. 2003.
WEINECK, J.. Anatomia aplicada ao esporte. 3. ed. São Paulo: Manole, 1990
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