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Os Métodos de Treinamento Aeróbio em Corridas de rua

 O Método 

 Assim, considerando as características motoras, cognitivas e outros fatores, é interessante que se busque por várias maneiras de conduzir o processo de ensino dos esportes, onde dependendo da idade e da realidade do aprendiz, o treinador lançará mão de “caminhos”' - métodos de ensino - para abordar os conteúdos específicos de cada modalidade esportiva a ser ensinada, o que não é diferente para o pedestrianismo ou a corrida de rua, aqui em questão. 

 Por método, entende-se que a palavra tem origem grega, méthodos, e que significa “o caminho para chegar a um determinado fim”, ou o programa que regula, previamente, uma série de operações que se deve realizar, apontando erros evitáveis, em vistas a um resultado determinado. Ou o processo ou técnica de ensino. Formado por meta, que é sinônimo de “para”, e hodos, similar a “caminho” (XAVIER, 1986). 

 Segundo Libâneo (1994), o método de ensino é a ação do professor/treinador, ao dirigir e estimular o processo de ensino, em função da aprendizagem dos alunos/praticantes, quando utiliza intencionalmente um conjunto de ações, passos, condições externas e procedimentos, de onde se pode esperar um determinado resultado do processo de ensino. Paralelamente, para Kunz (2003) apud Oliveira (2013), os métodos de ensino supõem maneiras organizadas e sistemáticas de se criar ambientes que, de modo eficiente e científico, levem a resultados favoráveis.


Os Métodos de Treinamento Aeróbio em Corridas de rua 

 O Método de Treinamento de Ritmo 

 Método que visa oganho de “ritmo constante” de corrida; para que o praticante possa manter a velocidade de corrida alta e constante ao mesmo tempo, pelo maior tempo possível. Ou seja, aumenta-se a “resistência de velocidade”, que é justamente a capacidade que o corredor, mesmo os de fundo, precisa ter para não oscilar picos e/ou quedas de velocidade, frente às varáveis que uma prova de rua pode apresentar, tais como as alterações nas inclinações (aclives e declives), a quilometragem percorrida, o cansaço, o piso e etc.

 

Sendo assim, os treinamentos devem ser executados com medias e altas intensidades, e, sobretudo, com velocidade constante do início ao fim, utilizando-se de 70% a 90% da capacidade aeróbia do corredor. Método de treinamento preferencialmente realizado em esteiras e pistas. Em esteiras, pode-se conseguir um maior controle e constância das velocidades utilizadas, e em pistas pode-se recorrer ao auxílio tecnológico de relógios/cronômetros que possuem GPS (Global Position Systen), para uma maior exatidão da constância da velocidade, o que é basilar para a utilização correta deste método. Assim, basearmo-nos nestes mesmos procedimentos para orientar a execução de vários outros métodos que serão descritos a seguir. 

 Exemplo: percorrer 5Km a 10 Km/h (fixos) do início ao fim do treinamento, descontando-se, apenas, os períodos de aquecimento e volta à calma, que poderão contar com intensidades variáveis. 

O Método de Treinamento de Ritmo Progressivo 

 Este método apresenta-se como a primeira variação do método de ritmo tradicional supra descrito; também com o objetivo de aumentar a resistência de velocidade do corredor, tal como no treino de ritmo tradicional. No entanto, executa-se este método com progressões de velocidade em blocos de períodos variados, ao invés de se percorrer um determinado percurso em velocidade fixa.


Para tanto, também se utiliza de 70% até 90% da capacidade aeróbia, e, a períodos predeterminados pelo treinador, a velocidade recebe - acréscimos - em progressão linear, até um máximo também predeterminado. Método que, também, deve ser preferencialmente realizado em esteiras e pistas, visando um maior controle e constância das velocidades utilizadas. 

Vide exemplo abaixo: Exemplo: em um percurso de 12 km, por exemplo, realiza-se a distância fracionada em quatro blocos de 3 km cada, acrescendo-se 0,5 Km/h na intensidade da corrida a cada bloco de 3 Km. Portanto: 3 km a 9 km/h + 3 km a 9,5 km/h + 3 Km a 10 km/h + 3 Km a 10,5 km/h = Total 12 km. Descontam-se, apenas, os tempos/quilometragem do aquecimento e da volta à calma!

O Método de Treinamento de Ritmo Regressivo 

 Também com o objetivo de aumentar a resistência de velocidade, como nos treinos de ritmo tradicional e progressivo; porém, executa-se o método com - regressões - de velocidade em períodos, predeterminados, também com intensidades que variem de 70% até 90% da capacidade aeróbia, quer seja em esteiras ou pistas, desde que sem perder de vista o controle e a constância das velocidades utilizadas. Exemplo: em um percurso de 12 Km, também se realiza a distância fracionada em quatro blocos de 3 Km, totalizando-se os 12 Km previstos, subtraindo-se 0,5 Km/h a cada bloco de 3 Km. Portanto: 3 Km a 10,5 Km/h + 3 Km a 10 Km/h + 3 Km/h a 9,5 Km/h + 3 Km a 9 Km/h = Total 12 Km. Descontam-se os tempos/quilometragem do aquecimento e da volta à calma.


O Método de Treinamento Montanhoso 

 Método de treinamento executado, preferencialmente, em terrenos montanhosos, podendo-se alterná-los em aclives, declives e poucas planícies (para propiciar alguma recuperação parcial). Atenda-se que em esteiras ergométricas pode-se realizar o controle manual dos períodos de inclinações, assim como da minimização do impacto que este tipo de treinamento provoca, sendo que para tanto se podem utilizar os programas, típicos, destes equipamentos, tal como o Randon, Hill e etc. 

 Priorizar as distâncias realizadas em sua maioria em inclinações e declinações. Variar ao máximo possível os níveis de inclinação e declinação = de 0 a 8% de variação positiva e negativa, conforme ilustra a figura 1, a seguir, que demonstra a variabilidade dos graus de inclinação e declinação que podem ser utilizados em esteiras ergométricas, e/ou em terrenos montanhosos.

Ilustração do Método Montanhoso


O Método de Treinamento Cross Country

 Metodologia também realizada em terrenos exclusivamente irregulares. No entanto, a irregularidade diferencia-se dos aclives e declives do método anterior, por preconizar-se a utilização de terrenos como canaviais, estradas de terra, em bairros de cidades com ruas irregulares e demais percursos que possam contribuir para a variação do terreno. 

 Apesar da pouca especificidade deste tipo de percurso para corredores de provas de asfalto, o mesmo se faz de suma importância durante a fase de preparação do condicionamento físico geral dos atletas, por visar o fortalecimento muscular e tendinoso, específicos, para corredores, através do estímulo aos proprioceptores dos membros inferiores (tornozelo e joelho, sobretudo), ao se pisar em pedras, buracos, terrenos com inclinações laterais, poeira, lama, e etc., durante este tipo de treinamento, o que resulta em minimização de lesões. 

O Método de Treinamento Fartlek

 Fartlek é uma palavra de origem sueca que significa “jogo de velocidade”; ou seja: treinar com alternância de velocidades rápidas, com velocidades. Trajeto ideal: pistas, porém podendo ser realizado também em planícies, terrenos montanhosos, esteiras ergométricas e etc. O objetivo deste método é desenvolver um ou mais sistemas energéticos concomitantes, importantes aos corredores, quer sejam de fundo ou meio-fundo. Exemplo: Em um percurso de 10Km previstos, executa-se um tiro, seguido de uma recuperação passiva e parcial. Tiro: significa realizar uma determinada distância em ritmo forte. Recuperação Passiva e Parcial: significa recuperar com uma velocidade leve, mas, sem interromper o trote.

O ideal é que as distâncias dos tiros e das recuperações sejam iguais, mas, podendo-se variá-las, caso se deseje. Portanto, num percurso de 10 Km previstos, varia-se a cada 400m, tiros, também de 400m de corrida forte, seguidos de 400m corrida recuperativa, fraca, e assim sucessivamente até o final da distância programada. Exemplo: 400m a 14 Km/h + 400m a 8,5 Km/h, e assim alternados sucessivamente até o final dos 10 Km previstos. 


O Método de Treinamento Wave (Ondas) 

 Treinamento executado nos mesmos parâmetros do Fartlek, porém, o treinamento deverá ser realizado com velocidades constantes. Assim, as variações (dificuldades), ao invés de se darem através das alternâncias (jogo) de velocidades, serão realizadas, somente, através da alternância (jogo) de inclinações, com as recuperações realizadas de forma parcial em inclinação zero e na mesma velocidade da inclinação. Portanto, variam-se somente os níveis de inclinação. 

Exemplo: em um percurso de 10Km previstos, realiza-se o mesmo com velocidade constante, por exemplo, a 12Km/h, alternando-se a cada 400m, um nível de inclinação fixo, por exemplo, 4%; seguidos de 400m com inclinação de 0% e assim sucessivamente até o final da quilometragem. Assim, a velocidade será constante, variando-se apenas a inclinação que seguirá o modelo de uma “Onda (wave)”, onde hora se esta inclinado, hora em nível zero (plano), como se estivesse no pé e na crista da onda, alternadamente, tal como num surf. Para tanto, o ideal é que se utilize de esteiras ergométricas, garantindo-se as alternâncias de inclinações, conforme ilustra a figura 2, a seguir.


O Método de Treinamento Pirâmide

 Método realizado, também, nos mesmos moldes do Fartlek, porém, com progressões e regressões sucessivas das inclinações. Pata tanto, também se faz necessário à utilização, exclusiva, de esteiras ergométricas para a garantia do bom desenvolvimento da metodologia. Portanto: em um percurso de 10Km programados, fixa-se uma velocidade constante, por exemplo: 9 Km/h; iniciando-se a percursos de 400m, o acréscimo de 1% de inclinação, até um máximo desejado, retornando-se pelos mesmos níveis de inclinação até 0%.

 Exemplo: durante o percurso, iniciam-se os primeiros 400m com uma velocidade constante a 0% de inclinação, e, a partir daí a cada 400m acrescenta-se 1% de inclinação, até que se atinja um máximo desejado (por exemplo: 4%), retornando-se pelos mesmos níveis que foram acrescidos e que agora serão decrescidos, até que se retorne ao nível inicial de 0%, e assim sucessivamente até o final da quilometragem. A figura, abaixo, ilustra o formato das inclinações e declinações formadas nesta metodologia, tal como numa pirâmide.


O Método de Treinamento Escada

 Método realizado, também, nos mesmos moldes do Fartlek e das escadas, porém, com progressões sucessivas das inclinações e com a - regressão direta - no final do último nível de inclinação, até o nível inicial de 0% de inclinação.  

Característica basilar e diferencial deste método, em relação aos outros. Realizar em esteiras e com velocidade constante. Exemplo: Velocidade constante de 9 Km/h em um percurso de 10 Km, onde se iniciará com 400m com inclinação a 0%, seguidos de 400m com inclinação a 1%, mais 400m com inclinação a 2%, seguidos de 400m com inclinação de 3% e finalizando-se a primeira escada com 400m de inclinação a 4%; descendo-se a 0% diretamente, e assim sucessivamente, inclinando-se novamente até o final da quilometragem, conforme ilustra a figura 4 abaixo.


O Método de Treinamento Interval Training (Treinamento Intervalado) 

 Método que consiste na realização de “tiros”, seguidos de períodos de recuperação passiva. Podendo ser executados em esteiras ergométricas ou preferencialmente em pistas. Tiro, seguido de recuperação total. Exemplo: 5 Km previstos = realizados em 10 tiros de 500m, onde 500m são realizados com a máxima velocidade possível pelo praticante, seguidos de 90 segundos de descanso total (inatividade), entre um tiro e outro, e assim sucessivamente até o final da quilometragem. 

 Na recuperação passiva o ideal é que se recupere na relação de 1/1, ou seja, o mesmo tempo gasto para executar o tiro estabelecido, seja o tempo máximo da recuperação para o próximo tiro. Como exemplo, citam-se os treinamentos das corridas de velocidade de 100 e 200 metros, mas, aqui adaptados para distâncias de fundo e meio-fundo, vislumbrando propiciar ao executante um maior sprint emfinais de provas. 


 O Método de Treinamento Longo Metodologia 

baseada nos treinamentos tidos como lentos e de longas distâncias, com o objetivo de condicionar o ritmo cadenciado de corrida (Steadypaced), do executante, variando-se a velocidade o mínimo possível. Para tanto, utiliza-se de cargas entre 60% a 80% da capacidade aeróbia do executante. Ratifica-se sua importância, pois, é uma metodologia que deve ser executada, impreterivelmente, e independentemente do cansaço semanal causado pelos treinos anteriores, sempre como o último treinamento da semana (microciclo), pois, constitui um treinamento de extrema importância dentro da periodização, por perfazer aquela que vislumbra a “transferência” de todos os ganhos auferidos para as especificidades da corrida na rua. Treino que deve contar com distâncias que variam de 80% a 120% da prova que se deseja cumprir, e para a qual se está treinando. 


O Método de Treinamento Misto 

 Metodologia que consiste no processo de envolvimento de dois ou mais métodos numa mesma unidade de treinamento (dia). Exemplo: dentro de um percurso previsto de 10Km, executa-se 400m na forma de tiro + 400m de recuperação + 400m com inclinação + 400m de recuperação ativa + 400m de ritmo, e assim sucessivamente até o final da quilometragem prescrita. 

O Método de Treinamento Recuperativo 

 Método que deve preferir terrenos planos, com médias e baixas intensidades, justamente na intencionalidade de propiciar a recuperação/regeneração do organismo, bem como dos sistemas energéticos utilizados nos demais treinamentos realizados. No entanto, a metodologia consiste em “não interromper” o treinamento, e, sim, em “treinar leve”, ou como se costuma mencionar na ciência do treinamento desportivo: “descansar treinando!” 

Para tanto, utiliza-se, sempre, pequenas e médias distâncias como supramencionadas, realizando-as através de trotes recuperativos. Portanto, esta é uma metodologia de recuperação ativa, onde não se interrompe o estímulo, e sim, apenas diminui-se a intensidade e o volume da carga de trabalho, propiciando a recuperação do organismo, sem que haja “destreinabilidade”.

O Método de Treinamento Recuperativo Total 

 Metodologia que, ao contrário da anterior, vislumbra a “recuperação total” do organismo, ou seja: quando se propicia algum período de descanso, quer seja o dia todo ou um determinado período da unidade de treinamento. Via de regra, este método consiste no denominado “day off” pela ciência do treinamento desportivo, por perfazer aquela(s) unidade(s) de treinamento(s) onde “não se treina”! Portanto, é o dia da recuperação “total” do organismo, perfazendo o “dia do ganho”, do anabolismo total (recuperação dos substratos energéticos do organismo, bem como do sistema neuromuscular).

 Método ratificado pelo “pai” do treinamento, o Russo Yuri Verkhoshansky, que em certo momento citou em seus trabalhos científicos a seguinte frase, que ratifica a importância desta metodologia, e que muitas vezes é negligenciada pelos treinadores e atletas: “Tão importante quanto um bom treinamento é um bom descanso”. Assim permite-se que o praticante saia de sua rotina de treinamento, de sua dieta, retomando o convívio social, tão importante e necessário aos processos de recuperação emocional, psicológica e física dos atletas.


O Método de Treinamento dos 5 

 Método executado, inicialmente, através de um teste de 5.000m, vislumbrando-se obter o cálculo do tempo gasto para todos os quilômetros percorridos, dentro deste percurso. Exemplo: 5.000m realizados em 30 minutos = “6 minutos/Km” = base de cálculo para a execução dos tiros. 

A partir disto, executam-se, então, tiros, preferencialmente de 1.000m ou 2.000m, sempre resultando numa somatória superior a distância utilizada no teste de 5Km (teste de 5Km, treino e 7, 8, etc. Km). Assim, o treino consistirá em realizar, por exemplo, 8 tiros de 1.000m (8 Km), todos com velocidade fixa de 6 minutos/Km, com intervalo de recuperação passiva de 1/1, ou seja: o tempo da recuperação deve ser igual ao tempo do tiro, e, portanto, aqui no exemplo, realizando-se, no máximo, 6 minutos de recuperação entre um tiro e outro.


 O Método de Treinamento dos 5 + 

 Como uma primeira variação do método anterior, (treinamento dos 5), mas, acrescentando-se (dai a nomenclatura 5 +), progressivamente, mais 5% do tempo gasto para percorrer o quilômetro do teste de 5.000m. Portanto, também parte-se da realização de um teste inicial de 5.000m. Por exemplo: tomando-se por base os mesmos 5.000m realizados em 30 minutos no teste = “6 minutos/Km” = base de cálculo para a execução dos tiros, executando-se, também, tiros, preferencialmente de 1000 m ou 2000 m com base de ritmo de 6 minutos/Km. 

Assim, o treino consiste em realizar-se 8 tiros de 1000 m (8 Km), por exemplo, com o 1º tiro com o ritmo de 6 min/Km e do 2º em diante acrescenta-se 5 % no tempo de cada tiro; portanto, deixando o 2º tiro com o ritmo de 6,3 min/Km; o 3º tiro com ritmo de 6,6 min/Km, e assim sucessivamente até o final da distância prescrita! Portanto, os tiros ficam com dificuldades regressivas, ou seja: cada vez mais lentos, o que faz com que a intensidade do treino seja menor, recuperativa, portanto. 


 O Método de Treinamento dos 5 – 

 Como uma segunda forma de variação do método de treinamento dos 5, porém, ao contrário do modelo sugerido no método dos 5+, onde agora se diminui 5% do tempo a cada tiro (dai o nome 5 -). Portanto, a cada tiro decrescem-se, progressivamente, 5% do tempo gasto para percorrer o quilômetro do teste de 5.000 m.  

Exemplo: ainda dentro da mesma base de teste dos 5.000 m em 30 minutos = “6 minutos/Km” = executam-se, então, tiros, preferencialmente de 1.000 m ou 2.000 m com base de ritmo de 6 minutos /Km.

 Exemplo de Treino: 5 X 1.000m – 1º tiro com ritmo de 6 min/Km e do 2º em diante diminui-se os 5%; onde o 2º tiro, portanto, fica com ritmo de 5,7 min/Km; o 3º tiro com ritmo de 5,4 min/Km e assim sucessivamente até o final da distância prescrita, tornando-o as dificuldades progressivas, portanto. 

Para McArdle, Katch e Katch (2003), de acordo com a duração e intensidade do exercício físico serão ativados sistemasenergéticos específicos. Os exercícios são classificados de acordo com sua duração e vias energéticas predominantes, porém torna-se difícil classificar alguns exercícios em determinada categoriaem razão do aperfeiçoamento da aptidão física de um indivíduo, pois um exercício que era classificado como anaeróbio pode ser reclassificado como aeróbio. 

Segundo Moreira (1996), para obter energia é necessária acombustão de substratos que são convertidos em calor, mas ape-nas uma pequena parte é utilizada pelos músculos para a contra-ção mediante a produção mecânica. De acordo com Weineck(1999), a fonte de energia do músculo é proveniente do ATP.Como a reserva intramuscular é reduzida, o organismo dispõede opções para a ressentisse de ATP. Para Fleck e Kraemer (1999), existem três sistemas energéticos: ATP-CP, o sistema de glicólise eo sistema aeróbio. Segundo McArdle, Katch e Katch (2003), estes sistemas são ativados em momentos diferentes durante oexercício. 

Para McArdle, Katch e Katch (2003), as atividades de potência rápida, com duração em torno de seis segundos, ativam predominantemente o consumo energético do fracionamento dosfosfatos de alta energia armazenados nos músculos, ATP e CP.Grande parte da energia gerada pelas vias anaeróbias utiliza osistema da glicólise com formação de ácido láctico. Com a diminuição da intensidade do exercício e com o aumento da duração, a produção aeróbia de ATP passa a ser cada vez mais predominante. O exercício prolongado utiliza mais de 99% da demandaenergética e é gerada pelo metabolismo aeróbio. Segundo Silva(2002), a intensidade do exercício na qual se observa maior oxidação de gordura está entre baixa e moderada. 

Para McArdle,Katch e Katch (2003), o condicionamento fisiológico é seme-lhante para homens e mulheres dentro de uma variação etária.Ambos respondem e se adaptam ao treinamento essencialmenteda mesma maneira.ParaWilmore e Costill (2001), os  carboidratos são fonte prin-cipal de energia em maiores intensidades. Dependendo do treinamento, ele pode ser de intensidade submáxima utilizando maisgordura. Em exercício abaixo de 45% do volume máximo de oxigênio, o principal substrato é o lipídeo; em 70% do volume máximo de oxigênio, o carboidrato é o principal substrato. Segundo Powers e Howley (2000), os carboidratos são armazenados em forma de glicogênio nos músculos e no fígado. 

O glicogênio muscular fornece uma fonte direta de energia, já os estoques hepáticos de glicogênio servem como reposição da glicose sanguínea. Quando a glicemia diminui em exercício prolongado, a glicogenólise hepática é ativada, a glicose é liberada para o sangue e é transportada aos músculos ativos. Os substratos mais importantesdurante o exercício são os carboidratos e as gorduras. As proteínas são utilizadas em exercícios extremamente prolongados, pois representam menos de 2% da fonte energética em exercícios com duração inferior a uma hora. 

A predominância dos substratos durante o exercício é determinada pelos seguintes fatores: dieta, intensidade e duração do exercício.Para Manidi e Michel (2001), exercícios de resistência, debaixa intensidade e longa duração utilizam o sistema aeróbio. Deacordo com Weineck (1999), o sistema aeróbio é ativado em exercícios acima de um minuto. Os exercícios aeróbios são de intensidade média e tempo prolongado, através da degradação aeróbia de carboidratos e gorduras. ParaTubino e Reis (1979), os exercícios aeróbios são de média a longa duração. Melhorando o desempenho aeróbio, aumenta-seo consumo máximo de oxigênio e melhora o sistemacardiovascular.

 De acordo com McArdle, Katch e Katch (2003),o treinamento aeróbio induz adaptações em várias capacidadesfuncionais relacionadas com o transporte, com a utilização deoxigênio e com adaptações metabólicas no músculo esquelético,ou seja, as mitocôndrias do músculo esquelético treinado sãomaiores e mais numerosas, comparadas com as fibras muscularesmenos ativas; e há uma melhora no sistema enzimático, ou seja,aumenta a capacidade de gerar ATP aerobiamente mediante fosforilação oxidativa. Para Tubino e Reis (1979), os exercícios aeróbios são de médiaa longa duração. Melhorando o desempenho aeróbio, aumenta-seo consumo máximo de oxigênio e melhora o sistemacardiovascular. 

De acordo com McArdle, Katch e Katch (2003),o treinamento aeróbio induz adaptações em várias capacidadesfuncionais relacionadas com o transporte, com a utilização deoxigênio e com adaptações metabólicas no músculo esquelético,ou seja, as mitocôndrias do músculo esquelético treinado sãomaiores e mais numerosas, comparadas com as fibras muscularesmenos ativas; e há uma melhora no sistema enzimático, ou seja,aumenta a capacidade de gerar ATP aerobiamente mediante fosforilação oxidativa. Segundo Foss e Keteyian (2000), o sistema cardiorrespiratóriofaz o transporte e a troca de oxigênio e dióxido de carbono entreo meio ambiente e os músculos ativos. O oxigênio precisa serlevado aos músculos na quantidade suficiente para que a produção de energia possa continuar mediante o metabolismo aeróbio.

O sistema cardiorrespiratório é mais requisitado nos exercícios debaixa intensidade e longa duração. Para McArdle, Katch e Katch (2003), aprimorar a capacidade funcional da circulação central e elevar a capacidade aeróbia dos músculos específicos são fatores importantes em um programa de treinamento aeróbio. Tantas séries curtas de exercício repe-tido (treinamento intervalado), quanto esforços contínuos de longaduração (treinamento contínuo) melhoram a capacidade aeróbia. 

De acordo com Foss e Keteyian (2000), os programas de treinamento devem ser elaborados para desenvolver as capacidadesfisiológicas específicas necessárias na realização de uma determinada habilidade. Os exercícios aeróbios envolvem especialmente os músculos esqueléticos e o sistema cardiorrespiratório. 

De acordo com Silva (2002), exercícios aeróbios levam a alterações na musculatura esquelética, ao aumento de mioglobinas, àmaior oxidação dos carboidratos e gorduras, ao aumento das reservas ATP-CP pela fosforilação oxidativa e à maior capacidadeglicolítica. Há hipertrofia nas fibras vermelhas e brancas de acordo com o tipo de treinamento, aeróbio ou anaeróbio. 

A quantidade de energia e duração do exercício é importante nas perdas de gorduras. Assim, na perspectiva de uma análise conclusiva, espera-se que se possa ter contribuído com ao enriquecimento do material, específico, disponível para esta modalidade desportiva que vem crescendo exponencialmente no Brasil e no mundo, e que as discussões aqui suscitadas possam instigar outros pesquisadores, técnicos e professores de Educação Física a discorrerem sobre o assunto com ainda mais minúcias, e assim também contribuir para o engrandecimento desta modalidade que vem tomando um vulto social, capaz de internalizar nos indivíduos a consciência corporal necessária aos processos de construção de um sujeito social que se movimenta criticamente e capaz de intervir nos processos de fomento de sua saúde e qualidade de vida.


REFERENCIAS

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Raynner

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