Sistema Anaeróbio Alático
O sistema anaeróbio alático, também conhecido como sistema fosfagênio ou sistema ATP-CP, representa uma fonte imediata de energia para o músculo ativo. Atividades que exigem altos índices de energia durante breve período de tempo dependem basicamente da geração de ATP a partir das reações enzimáticas do sistema.
O ATP necessário à contração do músculo está disponível tão rapidamente, porque esse processo de geração de energia requer poucas reações químicas, não requer oxigênio e o ATP e o PC estão armazenados e disponíveis no músculo. Esse é o processo menos complicado de gerar ATP. A fosfocreatina (PC) tem uma cadeia de fosfato de alta energia, como a do ATP, que também é chamada fosfagênio (daí o nome "sistema fosfagênio"). O PC decompõese na presença da enzima creatina fosfoquinase e a energia liberada é utilizada para formar o ATP, a partir do ADP.
Sistema Aeróbico Lático Esse sistema metabólico gera o ATP para necessidades energéticas intermediárias; ou seja, as que duram de 45 -90 segundos, tendo como exemplo atividades tipo: corridas de 400-800 m, provas de natação de 100-200 m, também proporcionando energia para piques de alta intensidade no futebol, róquei no gelo, basquetebol, voleibol, tênis, badmington e outros esportes. O denominador comum dessas atividades é a sustentação de esforço de alta intensidade e não ultrapassam os dois minutos. A glicólise anaeróbica, assim como o sistema ATP-CP, não requer oxigênio e envolve a quebra incompleta do carboidrato em ácido lático.
O corpo transforma os carboidratos em açúcares simples, a "glicose", usada imediatamente ou depositada no fígado e no músculo, como glicogênio. A glicose anaeróbia refere-se à quebra do glicogênio na ausência do oxigênio. Esse processo é mais complicado quimicamente do que o sistema ATP-CP e requer uma série mais longa de reações químicas. O sistema ácido lático talvez seja bem mais lento do que o sistema fosfagênio, porém produz quantidades mais altas de ATP (3 contra 1 do sistema fosfagênio), com a formação do ácido lático, produto desse sistema, a produção pode nem chegar a 3.
Quando o ácido lático chega ao músculo e ao sangue, provoca a fadiga ou, até, uma falência muscular. O sistema de ácido lático, ou glicose anaeróbia, não requer oxigênio; gera como subproduto o ácido lático, que causa fadiga muscular; usa somente carboidratos e libera aproximadamente duas vezes mais ATP do que o sistema fosfagênico. O sistema ácido lático também proporciona uma fonte rápida de energia, a glicose. Ele é a primeira fonte para sustentar exercícios de alta intensidade.
O principal fator limitante na capacidade do sistema não é a depleção de energia, mas o acúmulo de lactato no sangue. A maior capacidade de resistência ao ácido lático de um indivíduo é determinada pela habilidade de tolerar esse ácido. A principal fonte de energia desse sistema é o carboidrato.
Sistema Aeróbio Esse sistema fornece uma quantidade substancial de ATP, utiliza o oxigênio para gerar o ATP e é ativado para produzir energia, durante períodos mais longos do exercício. Fornece energia para exercícios de intensidade baixa para moderada. Atividades como dormir, descansar, sentar, andar e outros. Quando a atividade vai tornando-se o um pouco mais intensa, a produção de ATP fica por parte do sistema ácido lático e ATP-CP.
Atividades mais intensas como caminhada, ciclismo, fazer compras e trabalho em escritório também são supridas em parte pelo sistema aeróbico, até que a intensidade atinja o nível moderado-alto (acima de 75%-85% da Frequência Cardíaca Máxima), depois é recrutado para suprir energia suplementar. Os melhores exemplos de exercícios que recrutam o sistema aeróbio são: aulas de aeróbica e hidroginástica de 40-60 min., corridas mais longas do que 5.000 m., natação (mais que 1.500 m.), ciclismo (mais que 10 km.), caminhada e triathlon.
Qualquer atividade sustentada continuamente em um mínimo de 5 min pode ser considerada aeróbia. O ATP liberado da quebra da glicose e/ou dos ácidos graxos, em presença de O², custa centenas de reações químicas complexas, que envolvem centenas de enzimas. A quebra ocorre num compartimento especializado da célula muscular, a mitocôndria. As mitocôndrias são consideradas as "usinas energéticas" da célula e são capazes de fornecer grandes quantidades de ATP para alimentar as contrações musculares.
O sistema aeróbio possui três fases. A quebra do glicogênio na presença do O², ou glicólise anaeróbia, discutida acima, e a glicólise aeróbia é que o O² evita o acúmulo de ácido lático. O glicogênio e os ácidos graxos são duas principais fontes de combustível utilizadas no sistema metabólico aeróbio. Ocasionalmente a proteína pode ser também usada como fonte de combustível metabólico, mas ocorre quando o corpo está fisiologicamente desgastado por excessos, por dietas ou por níveis extremamente baixos de gordura e glicogênio.
Em suma, o O² ou sistema metabólico aeróbio requer grande quantidade de O² para converter o glicogênio em 39 moléculas de ATP e os ácidos graxos, em 130 moléculas de ATP. O ácido graxo ou glicogênio são quebrados e preparados para o ciclo de Krebs e o transporte de elétrons e, como resultados do processo têm CO², H²O e energia. O CO² evapora, a água é eliminada por meio da evaporação e da radiação; e a energia é usada na segunda parte da reação ligada, para sintetizar o ATP.
Referências
ANTHONY, C.P.; Thibodeau, G.A. Textbook of Anatomy a nd Physiology.C.V . Mosb
yCo. St. Louis,1979.
ASSUMPÇÃO, C. R.S úmula de Anátomo-Fisiologia. Coração, sangue e pulmões.
Introdução à Circulação Extracorpórea. Módulo Teórico n. 1. SBCEC: Rio de Janeiro,
1985.
BERGER, E. C. Whatissequestration? J. Can. Society of Extracorporea l Technology.
3, 20-25, 1974.
BERGER, E.C. The physiology of Adequate Perfusion.The C.V. Mosby Co., St. Louis,
1979.
BEST, C. H.Best and Taylor’s Phyisiological Bas is of Medic al Practice. Williams &
Wilkins, Baltimore, 1979.
DE WALL, R.A. et al.Hemodilution perfusions for open-heart surgery.N. Engl. J. Med.
266, 1078-1084, 1962.
DE WALL, R. A. What constitutes adequate perfusion? J. Thorac. Cardiovasc.Surg.
16, 458-466, 1975.
DOTY, D. B.Venous Compliance DuringCardiopulmonary Bypass.In Utley, J.R. –
Pathophysiology a nd Techniques o f Cardiopulmonary bypass. V ol. II . Williams
&Wilkins, Baltimore, 1983.
FULTON, G. P.; Zweifach, B. W. Factors Regulating Blood Flow.American
Physiological Society.Washington, 1958.
GALLETTI, P.M.; Brecher, G. A. Heart-Lung Bypass.Principles and Techniques of
Extracorporeal Circulation.Grune& Stratton, New York, 1962.
GOLLAN, F.Physiology of Cardiac Surgery. Charles C. Thomas, Springfield, 1959.
GOOD, A. E. The cellular aspect of shock.J. Extracorp. Technol. 4, 18-23, 1972.
GORDON, R.J. et al. – Changes in a rterial pre ssure, viscosity, and re sistance during
cardiopulmonary bypass. J. Thorac. Cardiovasc.Surg. 69, 552-558, 1975.
GRANT, B. Grant’s Atlas of Anatomy.5th. edition
Low, Phillip. Considerações gerais sobre o sistema nervoso autônomo.
Disponível em <https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbioscerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/dist%C3%BArbios-do-sistema-nervosoaut%C3%B4nomo/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-o-sistema-nervosoaut%C3%B4nomo> Acesso em 21 de outubro de 2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário