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Teste e Avaliação

Teste e Avaliação 

É um instrumento ou ferramenta de medida que é utilizado para obter informações sobre um dado específico ou característica sobre um grupo ou indivíduo. Medida: é o escore ou número que foi obtido baseado no teste. Avaliação: é um julgamento, uma classificação e uma interpretação feito a respeito de um estudo baseado na medida ou em algum critério pré-determinado. 

 Objetivos dos Testes, Medidas e Avaliação na Educação Física Fundamentação científica para a elaboração de um programa de treinamento: O teste irá fornecer subsídios sobre dados específicos, imprescindíveis para que o professor possa prescrever o programa de treinamento de acordo com os propósitos do aluno. Exemplo: determinação do peso a ser utilizado no treino. Diagnosticar: determinar os pontos fortes e fracos do aluno; e determinar o nível de treinamento do aluno. 

 Exemplo: determinar quais grupos de músculos precisam ser mais exercitados. Identificar os problemas biomecânicos na execução da técnica do exercício: este fator tem forte influência com a eficiência mecânica do gesto motor e, consequentemente, com o aproveitamento da força muscular. Exemplo: realizar um exercício de tríceps no pulley alto com os cotovelos abduzidos. Motivar: Proporcionar ao aluno um feedback da melhora do seu desempenho no teste; está relacionado com fatores bioquímicos, como o aumento ou redução das descargas elétricas, evidenciando um maior ou menor grau de força. Exemplo: em um teste de 1-RM, o aluno obteve um peso “x”. Em um segundo teste, o mesmo obteve um valor “x + y”. Predizer o desempenho esportivo: a força é uma qualidade física básica para qualquer atividade motora, possibilitando um bom desempenho na execução das técnicas esportivas.  

A ausência de força resulta numa rápida fadiga muscular, limitando a performance. Exemplo: um jogador de tênis que não consegue suportar o peso da raquete por um período prolongado de tempo. Avaliar: a avaliação é realizada com base nas medidas obtidas nos testes (objetivo) e em todos os itens ou dados observados pelo avaliador (subjetivo). Partindo deste pressuposto, serão então realizados:
 a) Interpretações e Julgamentos: exemplo: na realização de um teste no supino verificamos que o aluno não consegue elevar o peso mínimo da máquina. A partir daí julgamos que o referido aluno apresenta um baixo grau de força.
 b) Classificação: Ranquear os alunos de acordo com o desempenho no teste. 

 Exemplo: uma equipe de jogadores de futebol, onde será estabelecido desde o jogador mais forte até o mais fraco.


Metodologia da montagem do treinamento 

 Fatores a serem observados antes da aplicação de um teste :
1º) Exame médico;
2º) Anamnese e objetivos do aluno ;
3º) Avaliação postural;
4º) Antropometria (peso, altura, circunferências e dobras cutâneas) ;
5º) Avaliação neuro-motora e de resistência aeróbia e anaeróbia (se necessário). 

 Baseado no conceito de avaliação, o professor de Educação Física deve interpretar e julgar qual o teste mais adequado para o seu aluno fundamentado nos fatores acima relatados. Exemplo: aplicação do teste de 1-RM para hipertensos (não adequado). 


Como administrar um Teste

Critérios de autenticidade científica  

Verificar se o teste é válido, confiável e objetivo.
- Validade – quando o teste mede o que se propõe a medir
- Confiança – reprodutibilidade dos resultados do teste. Mesmo avaliador
- Objetividade – reprodutibilidade dos resultados do teste. Avaliadores diferentes.
Coeficiente de Correlação – simbolizado pela letra “ r ” 

Padronização
O professor deverá obedecer, criteriosamente, todos os procedimentos relatados para o teste selecionado, para não afetar sua validade. Exemplo: um teste de em que é necessária a realização de um aquecimento prévio, e o mesmo não é realizado. Respeitar os parâmetros fisiológicos para a aplicação do teste Exemplo: um teste para força explosiva (até 10 segundos) – intervalo mínimo de 2 minutos para que se possa readministrá-lo. 

Segurança
Exemplo: aplicar o teste de 1-RM em uma pessoa que não possui experiência com este tipo de exercício, e em peso livre. 

Organização dos testes
O avaliador deve selecionar os grandes grupamentos musculares antes dos pequenos, para evitar o cansaço (fadiga) dos pequenos grupos musculares, que auxiliarão na ação motora dos grandes grupos. Exemplo: não testar força de bíceps antes de grande dorsal (Rosca direta X Puxador alto) Alternar os exercícios de empurrar com os de tracionar. Exemplo: supino com remada baixa.

Alternar os exercícios de membro superior com os de membro inferior. Exemplo: leg press com supino. Especificidade do teste. Exemplo: testar força máxima dinâmica de nadadores (não é o mais adequado). Organizar os testes de acordo com a exigência das qualidades físicas observando os princípios fisiológicos e neuromusculares. Exemplo: não testar resistência aeróbica antes de força explosiva. 

Testes Laboratoriais 

Dinamômetro 
 É um instrumento utilizado para medir a força estática e a resistência. Pode ser conectado ao computador, permitindo medidas detalhadas da força, trabalho, torque e potência gerada não somente em valores máximos, mas também em valores angulares. Apresenta confiança de r >.90. Para se medir a resistência o avaliado deve resistir ao movimento por 60 segundos, registrando-se a força em kg a cada 10 segundos. A resistência relativa pode ser determinada dividindo-se a força final pela força inicial, multiplicado por 100. 
 Tipos de dinamômetro:
 - Handgrip:
 - Dinamômetro dorsal e para membros inferiores.

Tensiômetro

 Instrumento utilizado para medir a força isométrica. Pode ser utilizado em 38 grupos musculares diferentes. É utilizado um goniômetro para ajustar o cabo ao ângulo desejado. O tensiômetro produz um escore da pressão exercida no cabo durante uma contração muscular máxima.
 
Plataforma de força

 É montada em uma base sólida contendo elementos sensitivos, colocados estrategicamente na superfície para que possa ser registrada a força em 3 planos (tridimensional). O sujeito executa um movimento ou resiste a uma força externa, resultando em uma contração muscular e os elementos sensitivos captam as variações na pressão. A força que será registrada corresponde a reações iguais ou opostas ao esforça necessário para executar um movimento. A força dinâmica transversa, vertical e frontal são amplificadas e registradas em forma de uma curva contínua com base no tempo. A plataforma não é somente utilizada para mensuração da força, como também para análise biomecânica (MONTOYE, et all, 1996).

Eletromiografia 
 É um teste específico capaz de estimar:
 a) a excitabilidade muscular. Importante em atividades desportivas de caráter neuromuscular;
b) a qualidade da contração muscular estimada pelo potencial muscular recrutado;
 c) a velocidade de influxo nervoso dentro de nervos motores ou sensitivos.

 O teste de eletromiografia também pode ser executado durante o exercício, através de telemetria e pode ser correlacionado com a fadiga e o sobretreinamento. A vantagem da eletromiografia está no fato de se poder interpretar aqueles grupos de músculos humanos cujo valor de tensão não pode ser determinado diretamente (DAL MONTE & DRAGAN). Ultra-som IKAI e FUKUNAGA preconizaram um estudo no qual o braço é estendido e mergulhado num tanque de água sendo a parte superior do mesmo envolvida por um transmissor de ultra-som, 
Os impulsos refletidos são registrados sobre um oscilógrafo. Uma vez que as ondas de ultra-som são refletidas de maneiras diferentes pelos diversos tecidos, (pele, tecido adiposo, músculos e ossos), será possível apresentar, desta maneira, um quadro do corte transversal dos membros. (HOLLMANN & HETTINGER, 1989). 

Testes não-laboratoriais Perimetria 

 A medida das circunferências faz parte da antropometria, que é a “...ciência que estuda as medidas de tamanho, peso e proporções do corpo humano.” (POLLOCK & WILMORE, 1993). Tais medidas são usadas, geralmente para predizer a densidade  corporal e o percentual de gordura corporal. A perimetria nem sempre constitui um preditor para o ganho de força. Isto pode ser verificado em um estudo realizado por IKAI e FUKUNAGA (citado por MORITANI, 1979), onde eles encontraram um ganho significante na força nos estágios iniciais do treinamento, sem acompanhamento de qualquer aumento significante na área de secção transversa da musculatura. Segundo HOLLMANN & HETTINGER (1983), a perimetria tem uma correlação elevada com o ganho de força para praticantes de esportes de alto rendimento que priorizam esta qualidade física (r = .93). Exemplo: halterofilistas. Nos desportistas em geral, esta correlação é de r = .80. Já em pessoas não praticantes de esporte, tem pouca ou nenhuma correlação com a força. 
Ainda, quando da realização de uma perimetria, deve-se observar os seguintes fatores:

a) a posição de colocação do instrumento é fundamental para a validação e confiança do teste:
- uniformidade do alinhamento da fita;
- colocação da fita sobre a pele nua;
- não colocar o dedo entre a pele e a fita.
b) a tensão aplicada à musculatura – não comprimir o tecido sub-cutâneo;
c) é afetada pela massa magra, massa gorda e tamanho do osso. 

Teste de força máxima dinâmica Teste de 1-RM

É a quantidade máxima de peso levantado em um esforça simples máximo, onde o aluno completa todo o movimento que não poderá ser repetido uma segunda vez. 
Objetivos : mensurar a força máxima dinâmica e determinar o peso a ser utilizado no programa de acordo com os objetivos pré-determinados. 
Descrição: Pode ser descrito de duas maneiras:
a) Crescente Realizar um aquecimento no próprio aparelho (peso proposto por BAECHLE, 1992) - Selecione aleatoriamente um peso, que o aluno consiga levantar. - Em seguida é adicionado peso até que se chegue a um valor que não permita que o aluno consiga realizar um movimento completo. - peso máximo do exercício será o último peso levantado com sucesso pelo aluno - teste de 1-RM crescente parte de uma contração isotônica para uma contração isométrica 
b) Decrescente Realizar um aquecimento no próprio aparelho (peso proposto por BAECHLE, 1992) - Inicia-se com um peso que o aluno não consiga realizar movimento.
 - Em seguida ocorre uma redução gradativa do peso, até que o aluno consiga realizar um movimento completo.
 - Este é o valor do peso máximo estipulado para aquele exercício.
 - teste de 1-RM decrescente parte de uma contração isométrica para uma contração isotônica. Local de realização: Sala de musculação . Equipamento: Módulos ou aparelhos de musculação. 
 Pontuação: É o valor do peso que o aluno realizou em um movimento completo com esforço máximo 

 Teste de Força de Resistência 
Teste de Peso por repetição 
Objetivo: Determinar o maior peso que o aluno consegue levantar em função do número de repetições previamente determinadas de acordo com os objetivos estabelecidos. 
 Descrição: Estipular o número de repetições objetivadas no exercício, de acordo com os objetivos traçados.
 Selecionar o peso que julgamos (“feeling”) adequado para que o aluno realize no exercício o número de repetições desejadas. Orientarmos o aluno a executar o número de repetições previstas no exercício. Avaliação: Se o aluno realizou as repetições previstas mantendo a eficiência mecânica do gesto motor, com um certo grau de esforço, provavelmente este peso é o ideal para o número de repetições desejadas. Se o aluno apresentou facilidade na execução das repetições estabelecidas, o peso provavelmente é insuficiente para o número de repetições desejadas. Se o aluno não conseguir completar com sucesso as repetições objetivadas, provavelmente o peso excede a sua condição para realizar o número de repetições desejadas. O aluno será novamente testado nos casos b e c, com pesos maiores ou menores, respectivamente, até que se chegue a um calor ideal para o mesmo, em função do número de repetições estipuladas. 
 Local: Sala de musculação Equipamento: Módulos ou aparelhos de musculação 
Pontuação: É o próprio valor do peso ideal para o número de repetições desejadas. 
Comentários:
- É normalmente utilizado na fase inicial dos programas de musculação.
 - O peso utilizado no programa de adaptação serve como um referencial para a realização do teste de peso por repetição - Pode ser aplicado para iniciantes adolescentes e sedentários
 - O teste poderá ser interrompido pelo professor, caso este perceba logo ao início do teste, que o aluno realiza as repetições com extrema facilidade ou dificuldade. 
 Permitindo então um intervalo de 5 minutos, ou passando para outros exercícios que envolvam grupos musculares diferentes e retomando em seguida, àquele exercício, acrescenta ou diminui respectivamente o peso, pedindo ao aluno que reinicie o teste.


REFERÊNCIAS 
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KRAEMER WJ et al. Hormonal and growth factors response to heavy resistance 
training protocols. J Appl Physiol. 69(4): 1442-1450, 1990 
MILLAR ID ; et al, Mammary protein synthesis is acutely regulated by the cellular 
hydration state. Biochem Biophys Res Commun, 230 (2):351-5 1997 Jan 13 
POLIQUIN, C. The Poliquin Principles. Dayton Writers Group, California, 1997 
RUSSELL B, et al. Repair of injured skeletal muscle: a molecular approach. Med Sci 
Sports Exerc 1992 Feb;24(2):189-96). 
SCHULTZ E, et al. Effects of skeletal muscle regeneration on the proliferation 
potential of satellite cells. Mech Ageing Dev 1985 Apr;30(1):63-72.
VERKHOSHANSKI, Y.V. Hipertrofia Muscular: Body-building. Editora Ney Pereira, 
Rio de Janeiro, 2000. 
WALDEGGER S, et al, Effect of cellular hydration on protein metabolism. Miner 
Electrolyte Metab, 23(3-6):201-5 1997;
http://www.treinoemfoco.com.br/treino-em-focoresponde/o-que-e-forca-relativa/
http://www.treinomestre.com.br/diferentes-tipos-deforca-e-sua-influencia-treino/
http://www.treinomestre.com.br/saiba-por-que-eimportante-fortalecer-lombar-dicas-de-exercicios/
https://www.passeidireto.com/arquivo/2740011/011-
testes-de-forca-muscular
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=
S1413-78522011000300008
https://www.efdeportes.com/efd214/flexibilidade-em-praticantes-demusculacao.htm#:~:text=N%C3%ADvel%20de%20flexibilidade%20em%20praticantes%2
0de%20muscula%C3%A7%C3%A3o&text=A%20for%C3%A7a%20muscular%20e%20a,u
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Raynner

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