Metabolismo energético no exercício
O organismo possui reservas celulares reduzidas de ATP que se esgotam aos primeiros segundos da atividade física. Se o exercício se prolonga há necessidade de ressíntese de moléculas de ATP. A escolha da via de fornecimento de ATP dependerá do tipo, duração e intensidade da atividade realizada. São vias de fornecimento de energia durante o exercício:
- Metabolismo anaeróbico aláctico → Sistema ATP- CP (creatina fosfato);
- Metabolismo anaeróbico láctico → Glicólise láctica ou anaeróbica; Metabolismo aeróbico → Glicólise oxidativa e lipólise.
O sistema ATP-CP também apresenta limitações no que diz respeito às reservas de CP (embora estas sejam 4 a 6 vezes maiores que os estoques de ATP). A produção máxima de energia pelo sistema ATP-CP é alcançada em, no máximo, 10s de exercício.
Caso o exercício tenha duração maior que 10s, outra via metabólica é ativada. Após os primeiros instantes de atividade física, há a predominância da degradação da glicose para a continuidade do suprimento de energia ao exercício. Esse processo é dado pelo metabolismo anaeróbio láctico, e caracteriza-se pela conversão da glicose, estocada principalmente na forma de glicogênio muscular, em lactato, com produção de duas moléculas de ATP, sem necessidade de oxigênio.
Os CHOs são os únicos substratos capazes de fornecer energia anaerobicamente. A glicólise anaeróbica é a forma de obtenção de energia predominante nos primeiros 2min de atividade física e propicia a liberação de energia com maior velocidade que o metabolismo aeróbico.
Fator limitante → Acúmulo de ácido láctico e reações químicas nos miócitos, evidenciadas por cãibras, fadiga muscular e queimação. Depuração do ácido láctico → ciclo de Cori
Na figura acima, Ciclo de Cori, o ácido lático formado no metabolismo muscular anaeróbico é liberado na circulação, alcança o fígado e então convertido em ácido pirúvico. Apenas o fígado possui aparato enzimático capaz de converter em glicogênio/glicose.
À medida que o exercício é continuado, inicia-se o metabolismo aeróbico, com a oxidação de CHO, lipídeos e pequena contribuição protéica como substrato energético. Os CHOs na forma de glicogênio hepático são os substratos consumidos nos primeiros 20min de metabolismo aeróbico. A depleção das reservas de CHO ocasiona a utilização dos estoques corporais para a produção de energia (triglicerídeos dos tecidos hepáticos e muscular e ácidos graxos circulantes mobilizados pelo tecido adiposo). Nos exercícios prolongados de intensidade leve a moderada, os lipídeos podem ser responsáveis por 80% da demanda energética do organismo.
A capacidade de produção de energia por uma molécula de triglicerídeos é de 460 moléculas de ATP. As proteínas, em especial os BCAAs (valina, leucina e isoleucina), glutamina e aspartato podem participar do metabolismo energético.
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