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Santo Agostinho e Tomás de Aquino

Santo Agostinho

 Iniciamos o percurso pela própria proposta que desperta Agostinho, isto é, o problema do mal numa perspectiva metafísico-ontológico, através do questionamento/problema: “Qual a origem do mal?”.

 Agostinho, como estudioso, lê Cícero, que lhe impulsiona na busca da sabedoria e da verdade.

 Aproximou-se do maniqueísmo pela resposta oferecida ao problema metafísico-ontológico do mal; rompeu com os maniqueístas e construiu uma nova interpretação, para o problema do mal ontológico, com implicações ético-moral, considerando a ajuda e a influência da filosofia neoplatônica e dos teólogos de Milão, 

Toda esta construção privilegiava mostrava que o homem precisava bem viver, mas para isto acontecer era necessário ter uma vida pautada na reta ordem divina. Defendia que tudo que Deus criou era bom, contudo, o mal rompeu com a hierarquia da reta ordem divina. 

Assim considerava que a beatitude do homem só poderia ser encontrada em Deus, mas para isto o homem precisava ser curado do pecado pela graça divina e, somente quando isto acontecesse, poderia viver segundo a hierarquia da reta ordem divina, mesmo que dentro de um mundo temporal. Agostinho passa a entender e a praticar o amor como fundamento do seu ético-moral. 

Todavia este amor não era simplesmente amar de qualquer forma, mas sim amar segundo o que o próprio Deus estabeleceu. Assim, tem-se aqui uma hierarquia estabelecida pelo divino, o viver ético-moral e que o homem precisava ser regido por esse princípio. 

O amor era o fundamento do ético moral em Agostinho e para tanto era necessário saber fruir ou utilizar as coisas, o “uti-frui”. 

Viver de forma ético-moral era, segundo a reta ordem divina, ter o amor ordenado, em que a graça divina ajudasse o homem, mas para isso ele precisaria viver ético e moralmente pela reta ordem. Isto implicava no agir ético-moral do homem, ou seja, agir de forma justa, dando a cada um o que era seu de direito. 

Isso resultaria em viver em harmonia com todas as coisas, mas ao homem caberia saber o valor ou a intensidade de amor que deveria atribuir às coisas. Agostinho colocava o amor numa hierarquia onde Deus ocupava o primeiro lugar; o homem e o seu próximo, logo a seguir, e somente depois desses dois, os objetos temporais e, mesmo assim, estes últimos estando em função de Deus. 

A estrutura do uti-frui era fundamental para a construção ético-moral agostiniana e toda moral estava ligada, de forma ontológica, ao dever de buscar a verdadeira felicidade. Assim, o homem precisava usar retamente os valores do amor, ordenando para se aproximar do bem supremo e só agindo assim o amor se tornaria um bem para o próprio homem e o seu próximo. 

O amor era conduzido pela vontade, uma expressão de liberdade, mas deveria levar o homem para Deus e guiar toda a sua vida ético-moral, para que as escolhas fossem dentro da reta ordem divina do que deveria ser amado. Na concepção de Agostinho o amor à natureza humana era uma questão ontológica, objetivada pelo livre-arbítrio, o que pela razão de ser orientava o ser para Deus e se manifestava no modus vivendi, no ético-moral.

 A questão moral estabelecida pelo filósofo era saber o que necessitava ser amado e a ordem do amor era o que redirecionava o homem, sendo esse amor o que colocava o homem na “reta ordem divina”. É a ordem do amor que deu à antropologia de Agostinho o significado ético-moral e era o amor ordenado que faria o homem encontrar a beatitude que, incansavelmente, deveria buscar


Tomás de Aquino


Tomás de Aquino (1225-1274) foi um frade dominicano, responsável pela orientação e proteção religiosa da sociedade de sua época. Seu maior mérito foi aplicar a visão aristotélica na doutrina cristã, fato que colaborou com o surgimento da Escolástica. 

De acordo com Aquino a união do corpo e da alma formava a identidade e dignidade de uma pessoa. Acreditava também que somente por meio do exercício da razão humana, aliado à revelação divina, o homem poderia atingir a perfeição das virtudes. 

Essa vertente de pensamento afirma que Deus era o legislador e os padres os intérpretes da lei. Para Tomás de Aquino a fé e a razão estavam unidas e entre elas não poderiam haver contradições, pois seriam sempre direcionadas a Deus. 

Esse pensador também afirmava, segundo sua teoria, que toda a criação era boa e que tudo o que existe é bom, desde quando se está sob a orientação dos mandamentos de Deus e que o mal é a ausência da perfeição divina.



Referências 

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