Na vida acadêmica você se depara com diversos tipos de trabalhos acadêmicos e/ou científicos, dentre eles: Trabalhos de Graduação, Trabalho de Conclusão de Curso, Monografia, Dissertação, Tese e Artigos Científicos.
Outrossim, cada um desses trabalhos apresenta peculiaridades, como a sistemática, a investigação e a fundamentação. Contudo, mesmo que cada trabalho acadêmico e/ou científico tenha suas peculiaridades e seja elaborado com finalidades específicas, é possível, visualizar neles um padrão que compreende, de um modo geral, introdução, desenvolvimento e conclusão.
Por isso, a partir de agora, você terá acesso a algumas peculiaridades
sobre os trabalhos acadêmicos e/ou científicos.
a) Trabalhos de Graduação: No decorrer da sua graduação, é provável que tenha
elaborado trabalhos para disciplinas diversas.
Esses não necessariamente tinham como pretensão atingir o cunho científico dos
trabalhos de excelência da área que você estudou, mas oportunizar o
desenvolvimento de um raciocínio aos moldes das pretensões científicas. Ou, ainda,
pode-se mencionar que os trabalhos de graduação também têm como propósito
permitir uma revisão bibliográfica ou literária de um determinado assunto ou assimilar
conteúdo específicos de uma área cientifica.
b) Trabalhos de curso: O Trabalho de Curso (TC), também conhecido como
Trabalho de Final ou Conclusão de Curso (TCC), é tido como uma monografia sobre
um assunto específico. Este trabalho possibilita a investigação sobre determinados
temas ou fenômenos por meio da análise, reflexão e produção textual, bem como,
muitas vezes, da defesa oral da pesquisa perante uma banca examinadora. Medeiros
(2003, p. 249) ressalta que:
Na monografia de graduação, é suficiente a revisão
bibliográfica, ou revisão de literatura. É mais um trabalho de assimilação de
conteúdos, de confecção de fichamentos e sobretudo, de reflexão. É, propriamente,
uma pesquisa bibliográfica, o que não exclui capacidade investigativa de conclusões
ou afirmações de autores consultados.
c) Monografia: Apesar de haver esta classificação, aceita, inclusive,
internacionalmente, são comuns certos equívocos em relação à palavra monografia
no que diz respeito a dissertações, teses e trabalhos de fim de curso de graduação.
Segundo D’Onofrio (2000, p. 72, grifo do autor): o prefixo grego mono (de onde derivam palavras como monge, mosteiro, monossílabo, monolítico etc), corresponde ao latino solus (solteiro, solitário, solicitude), significa” um só” e graphein = “escrever”. Como se pode verificar, etimologicamente, monografia define um trabalho intelectual concentrado em um único assunto.
A monografia, exigida para a obtenção do título de especialista em alguns cursos de pós-graduação lato sensu, é semelhante ao Trabalho de Final de Curso, apresentado em cursos de graduação. Por isso, para Medeiros (2003), não há razão para falar em três níveis: monografia, dissertação e tese. Ambos são trabalhos monográficos, dissertativos, mas com características distintas.
No entanto, tal distinção é usada para
diferenciar o grau do acadêmico-graduado (monografia); mestre (dissertação); doutor
(tese). Apesar da diferenciação, segundo o autor mencionado, o texto não deixa de
ser monografia, respeitadas, é claro, suas peculiaridades.
d) Dissertação: A dissertação, que paulatinamente está se destinando aos trabalhos
de cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado), busca, sobretudo, a reflexão
acerca de um determinado tema ou problema, o que ocorre pela exposição das ideias
de maneira ordenada e fundamentada.
Dessa forma, como resultado de um trabalho de pesquisa, a dissertação deve ser um estudo mais completo possível em relação ao tema escolhido. De acordo com a NBR 14724 (2011, p. 2), dissertação é: Documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico retrospectivo, de tema único e bem delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar informações.
Deve evidenciar o conhecimento de literatura existente sobre
o assunto e a capacidade de sistematização do candidato. É feito sob a coordenação
de um orientador (doutor) visando à obtenção do título de mestre.
Para obter o grau de mestre, segundo Medeiros (2003, p. 249):
[...] além da revisão de literatura, é preciso dominar o conhecimento do método de
pesquisa e informar a metodologia utilizada na pesquisa. [...] embora não haja
preocupação em apresentar novidades quanto às descobertas, o pesquisador expõe
novas formas de ver uma realidade já conhecida.
e) Tese: A tese, a exemplo da dissertação dirigida para o mestrado, cumpre o papel
do trabalho de conclusão de pós-graduação stricto sensu (doutorado).Caracteriza-se como um avanço significativo na área do conhecimento em estudo.
De acordo com a NBR 14724 (2011, p. 4), tese é: Documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico de tema único e bem delimitado. Deve ser elaborado com base em investigação original, constituindo-se em real contribuição para a especialidade em questão.
É feito sob a coordenação de um orientador (doutor) e visa à obtenção do título de doutor, ou similar. A tese tem como finalidade abordar algo novo num determinado campo do conhecimento, de forma a promover uma descoberta ou, mesmo, dar uma real contribuição para a ciência. Para Fachin (2001, p. 187), “tese é entendida como um trabalho científico habitualmente exigido nos cursos de pós-graduação e que deve ser defendido oralmente em público”.
Continua ainda Fachin (2001, p.188, grifo nosso), “a tese
deve ser elaborada baseada em pesquisas e deve apresentar um estudo original
que traga uma contribuição para a sociedade científica”.
Enfim, para obtenção de grau de doutor com a defesa de tese, é necessário que o
candidato no seu trabalho tenha originalidade, rigor na argumentação e apresentação
de provas das suas afirmações, profundidade das ideias e apresentar avanços na
área em estudo. Segundo D’Onofrio (2000, p.66, grifo do autor): o termo doctor,
segundo o étimo latino, significa “aquele que sabe”, designado a pessoa que tem um
conhecimento profundo sobre um assunto e deu prova deste seu saber excepcional
mediante a realização de um trabalho sério, original e inédito, conseguindo aprovação
de especialista num concurso público.
f) Artigo Científico: O objetivo principal do artigo científico é levar ao conhecimento
do público interessado alguma ideia nova ou alguma abordagem diferente sobre
determinado tema já estudado, sobre a existência de aspectos ainda não explorados
em alguma pesquisa ou a necessidade de esclarecer uma questão ainda não
resolvida.
Além disso, o artigo pode ser definido como “publicação com autoria declarada, que
apresenta e discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas
áreas do conhecimento” (ABNT, NBR 6022, 2003, p. 2).
A principal característica do artigo científico é que as suas afirmações devem estar baseadas em evidências, sejam elas oriundas de pesquisa de campo ou comprovadas por argumentos que sustentem as conclusões expostas no artigo e que passaram pelo crivo da comunidade científica.
Isso não significa que o autor não possa expressar seu parecer no artigo, e sim que deve demonstrar para o leitor qual o processo lógico que o levou a adotar aquele parecer e quais evidências ou argumentos tornam consistente a sua ideia e digna de crédito frente à comunidade científica. Para Santos (2007, p. 43), os artigos científicos “são geralmente utilizados como publicações em revistas especializadas, a fim de divulgar conhecimentos, de comunicar resultados ou novidades a respeito de um assunto, ou ainda de contestar, refutar ou apresentar outras soluções de uma situação convertida”.
Quanto ao conteúdo do artigo científico, este pode abranger os mais variados
aspectos e, além disso, pode, conforme Marconi e Lakatos (2005, p. 262):
a) versar sobre um estudo pessoal, uma descoberta, ou dar um enfoque contrário ao
já conhecido;
b) oferecer soluções a questões controvertidas;
c) levar ao conhecimento do público intelectual ou especializado no assunto novas
ideias, para sondagem de opiniões ou atualização de informes;
d) abordar aspectos secundários, levantados em alguma pesquisa, mas que não
seriam utilizados na mesma.
BIBLIOGRAFIA
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico:
elaboração de trabalhos na graduação. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2009. APPOLINÁRIO,
Fabio. Metodologia da ciência: filosofia e prática da pesquisa. São Paulo: Cengage
Learning, 2009.
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, Fernando de et al. O manifesto dos pioneiros da educação nova. Revista
Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, 65 (150), p. 407-425, mai/ago. 1994.
Disponível em:
ALVES, Rubem. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo:
Loyola, 1999.
AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica: diretrizes para a
elaboração de trabalhos acadêmicos. 6. ed. Piracicaba: UNIMEP, 1998.
BARROS, Aidil J. da Silveira; LEHFELD, Neide A. de Souza. Fundamentos de
metodologia científica: um guia para a iniciação científica. 3. ed. São Paulo: Makron
Books, 2000.
CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo:
Prentice Hall, 2002.
COLLIS, Jill; HUSSEY, Roger. Pesquisa em administração: um guia prático para
alunos de graduação e pós-graduação. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
FACHIN, Otilia. Fundamentos da metodologia. 4. ed. São paulo: Saraiva, 2003.
GIL, Antônio C. Métodos e técnicas em pesquisa social. 7. ed. São Paulo: Atlas,
2006.
______. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996.
ICPG – Instituto Catarinense de Pós-Graduação. Equipe de Metodologia do Trabalho
Científico. Blumenau: ICPG, 2008.
LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Marina de A. Metodologia do trabalho científico. 6.
ed. São Paulo: Atlas, 2001.
ALVES, Rubem. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo:
Loyola, 1999. AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica: diretrizes
para a elaboração de trabalhos acadêmicos. 6. ed. Piracicaba: UNIMEP, 1998.
ALVES, Rubem. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo:
Loyola, 1999.
AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica: diretrizes para a
elaboração de trabalhos acadêmicos. 6. ed. Piracicaba: UNIMEP, 1998.
<http://www.inep.gov.br/download/70Anos/Manifesto_dos_Pioneiros_Educacao_Nov
a.pdf>
FUNDAÇÃO ESCOLA DE COMÉRCIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP). Código de
ética do Centro Universitário FECAP. São Paulo: FECAP, 2010.
GARCIA, Pedro Luengo. O plágio e a compra de trabalhos acadêmicos: um estudo
exploratório com professores de administração. 2006. 130 f. Dissertação (Mestrado
em Administração) – Faculdade Cenecista de Varginha, Varginha/MG, 2006.
KROKOSCZ, Marcelo. Abordagens sobre o plágio nas melhores universidades dos
cinco continentes e do Brasil. 2011. (Artigo científico submetido para publicação).
MASSACHUSETTS INSTITUTE OF TECHNOLOGY (MIT). Avoiding plagiarism.
[2011]. Disponível em: <http://writing.mit.edu/wcc/avoidingplagiarism>. MCCABE,
Donald L.; Gary PAVELA. New honor codes for a new generation. Inside Higher
Education, 11 Mar. 2005. Disponível em:
<http://www.insidehighered.com/views/2005/03/11/pavela1 >. TREVINO, Linda
Klebe; BUTTERFIELD, Kenneth D. Honor codes and other contextual
influences on Academic Integrity. Research in Higher Education, Dordrecht, v. 43, n.
BARROS, Aidil J. da Silveira; LEHFELD, Neide A. de Souza. Fundamentos de
metodologia científica: um guia para a iniciação científica. 3. ed. São Paulo:
Makron Books, 2000. CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. Metodologia
científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
COLLIS, Jill; HUSSEY, Roger. Pesquisa em administração: um guia prático para
alunos de graduação e pós-graduação. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
FACHIN, Otilia. Fundamentos da metodologia. 4. ed. São paulo: Saraiva, 2003.
GIL, Antônio C. Métodos e técnicas em pesquisa social. 7. ed. São Paulo: Atlas,
2006. ______. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas,
1996. ICPG – Instituto Catarinense de Pós-Graduação. Equipe de Metodologia do
Trabalho Científico. Blumenau: ICPG, 2008.
LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Marina de A. Metodologia do trabalho científico.
6. ed. São Paulo: Atlas, 2001. LAVILLE, Chistian; DIONNE, Jean. A construção do
saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre:
Artmed, 1999. MENEZES, Nilson L. de; VILLELA, Francisco A. Pesquisa científica.
Revista SEED News. Disponível em:
<http://www.seednews.inf.br/portugues/seed82/print_artigo82.html>. Acesso em: 13
out. 2006. OLIVEIRA, Sílvio Luiz de. Metodologia científica aplicada ao direito.
São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. SILVA, Renata. Modalidades e
etapas da pesquisa e do trabalho científico. São José: USJ, 2008. ______.
Manual de estágio: curso de administração da ASSEVIM. Brusque: ASSEVIM, jul.
2006
Nenhum comentário:
Postar um comentário